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        Capítulo 9

       Broke up

Penny e Rachel estavam com alguns papéis da campanha em cima de uma das mesas do grêmio junto a outros participantes da chapa. Todos debatiam algumas ideias, mas Penny só conseguia encarar John e Spencer do outro lado da sala sentados juntos com alguns papéis em mãos e entoando sorrisos frouxos um para o outro, algo que de fato a incomodava demais.

 

-Penny! – Um dos garotos chamou-a, mas ela não respondeu. – Penny! – Ele chamou agora mexendo em seu braço. Ela rapidamente despertou para encará-lo.

 

-Oi? – Perguntou confusa.

 

-O que está acontecendo com você? – Ele perguntou irritado. – Estamos há uma hora aqui debatendo sobre a campanha e você no mundo da lua, precisamos aprovar o slogan da campanha e tirar cópias, sem contar que precisarmos das suas assinaturas nos projetos que debatemos, mas agora vai demorar mais porque você vai ter que ler todos já que não prestou atenção em nada. – Ele foi grosseiro chamando a atenção de John.

 

-Desculpem, tá legal? Eu não estou num bom dia! – Ela disse irritada. – Deixem a droga dos projetos aí eu posso passar a noite em claro revisando-os e amanhã estarão assinados e entregues na Xerox. – Ela respondeu seca antes de sair da sala deixando-os para trás. No caminho ela esbarrou com Matthew que sorriu pra ela.

 

-O que houve, meu amor? – Ele perguntou segurando-a em seus braços.

 

-Estou tendo uma crise de nervos com a campanha. – Ela disse choramingando.

 

-Tem que manter a calma. – Ele disse fazendo-a suspirar. Nesse momento John saiu da sala chamando seu nome, fazendo ela e Matthew virarem para encará-lo.

 

-Vim ver se está bem, se precisa de algo. – John disse encarando diretamente a Matthew agora que riu irônico.

 

-Ela não é idiota de falar dos problemas dela pro maior concorrente. – Ele respondeu por Penny.

 

-Acho que ela pode falar por si mesma. – John disse seco se aproximando deles. – Além disso, eu e ela somos amigos e ela sabe que pode confiar em mim, eu só quero ajudá-la. Não é mesmo, Penny? – Ele a encarou. Ela estava confusa. Via-se totalmente envolvida por ele, mas os números indicavam que ele já estava passando sua frente e precisava reagir. Se aproximar dele e se distrair ao vê-lo tão sorridente ao lado de Spencer estava atrapalhando seus planos e ela não podia permitir isso. Seu futuro dependia disso.

 

-Desculpe, John, mas não posso falar da minha campanha pra você. – Ela disse fazendo-o franzir o cenho. Sem dizer uma só palavra ele riu irônico e deu as costas pros dois adentrando novamente a sala do grêmio.

 

-Não se preocupe, meu amor, vai dar tudo certo. – Matthew disse fazendo-a encostar no peito dele para choramingar.

 

 

 

 

 

 

Candy caminhava com poucas forças e ânimo quase nenhum na direção de seu armário, onde Jennifer a esperava encostada ao mesmo. Ela sabia o que estava por vir e sabia que isso a faria sentir pior ainda o que a arrancou um suspiro. Ela continuou caminhando, deixando Jenny ver o quanto ela estava afetada pelo que havia ocorrido.

 

-Olá. – Jenny disse quando ela finalmente a alcançou.

 

-Vá em frente... – Candy disse quase que num sussurro. – Pode me xingar, gritar comigo, dizer que eu sou a pior pessoa do mundo porque quer saber, você vai estar certa. – Ela disse voltando a chorar. Jenny respirou fundo.

 

-Eu não posso dizer que não estou decepcionada com você, Candy. – Jennifer disse séria. – Sabe, Paul e eu somos melhores amigos, e eu nem sequer sabia que vocês tinham ficado juntos e que estavam juntos. – Completou.

 

-Pedi a ele pra não contar a absolutamente ninguém. – Candy explicou.

 

-Eu imaginei, e se quer saber, isso me surpreendeu, porque não há nada da vida dele que eu não saiba e se tem uma coisa que eu sei dele é que ele nunca deixaria de me contar isso, principalmente isso, algo que ele quis todos esses anos. E se ele fez isso, Candy, é porque ele realmente queria fazer tudo pra dar certo. – Jenny disse fazendo Candy suspirar.

 

-Eu prefiro que você grite e me diga coisas horríveis, isso doeria menos do que o que está falando. – Ela a encarou.

 

-Eu sei e justamente por isso não vou gritar. – Jennifer sorriu. – Eu nem consigo imaginar como ele está agora, mas queria ter certeza de como você estava. – Disse.

 

-Eu não sou o monstro que vocês pensam, sabia? Eu to sofrendo como nunca sofri na minha vida, eu amo o Paul, da maneira que eu nunca amei ninguém e foi muito difícil pra mim ter que fazer isso principalmente depois de ontem. – Ela disse deixando escapar. Jennifer arregalou os olhos.

 

-Vocês... – Ela disse, mas Candy de antemão respondeu.

 

-Sim. – Ela sorriu. – Fizemos amor ontem. – Completou. – Mas eu o decepcionei demais, e acho que essa palavra não existe mais pra nós dois. Ele me odeia e tem toda a razão. – Disse.

 

-Meu Deus, Candy... – Jennifer disse e a puxou pra um abraço. – Eu não sei porque você não pode enfrentar a Belatrix e ficar com ele...seriam tão felizes! – Ela disse enquanto Candy chorava em seu ombro.

 

-Eu não posso, Jenny, eu só queria poder explicar pra ele isso tudo, queria poder ser amiga dele, e pelo menos poder ver ele sorrir pra mim uma vez ou outra, mas como eu disse, ele me odeia agora. – Falou. – Eu só te peço que por favor o faça ficar bem, e quem sabe quando ele se acalmar ele não me escute. – Candy disse.

 

-Eu espero que tudo fique bem entre vocês. – Jennifer disse sincera.

 

-Obrigada. – Candy disse antes de abraça-la novamente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao chegar à casa, Dianna apenas conseguiu tomar um banho quente e se jogar na cama com uma calça larga e uma regata velha. O tempo estava chuvoso e começava a esfriar. Ela se encolheu debaixo do cobertor. Era difícil não chorar lembrando daquelas palavras duras ditas por Harry tão repentinamente. Não fazia sentido a forma como ele mudou de decisão. Só havia uma resposta plausível para tudo aquilo: Harry a enganou o tempo todo, e ela caiu como uma menininha idiota e apaixonada. Dianna não conseguia não chorar. Sentia seu rosto quente e os olhos inchados. De repente o telefone tocou fazendo-a pular. Preferiu não atender, afinal, realmente não importava quem era.

 

-Alô, Di. – O recado entrou na secretária eletrônica. A voz era de Santana. – Eu imagino como você deve estar, não deve querer falar disso. Mas não pode ficar presa no quarto pra sempre, e eu sei que você está me escutando, então acho bom me retornar ainda hoje senão eu vou aí e te arranco dessa cama. . – Aquelas palavras fizeram Dianna rir um pouco. – Beijos e eu amo você. – Santana desligou.

 

Dianna permaneceu ali imóvel, a essa altura sua cama já estava repleta de lenços de papéis e alguns chocolates proibidos por Bella por causa da “super dieta das cheerleaders”. Novamente o telefone começou a tocar e mais uma vez Dianna preferiu deixar cair na secretária eletrônica.

 

-Didi! – A voz de Giovanna soou baixinho. – Eu acho que você deve estar me ouvindo. Olha eu imagino como você está, Duan também está louco de raiva disse que vai matar o Harry, ai desculpa, sei que esse é o último nome que você quer ouvir. – Disse.

 

-Com certeza... – Dianna sussurrou antes de colocar um travesseiro em cima do rosto.

 

-Eu sei que talvez não adiante falar nada disso agora, mas você não pode ficar calada, precisa conversar e estamos aqui pra isso, pra te ouvir, te ajudar e aconselhar, então me liga quando achar que está pronta, podemos sair, comer algo, que tal um Milk-shake de chocolate duplo bem grande pra afogar as mágoas? – Giovanna riu de leve. – Ainda são seis horas então dá tempo pra darmos uma volta. Eu amo você. Beijos. – Giovanna desligou como sempre fofa. Dianna tirou o travesseiro que cobria seu rosto e encarou o teto.

 

-Ela está certa! – Dianna tirou a coberta de cima de si e pegou o telefone para fazer a chamada dupla para Santana e Giovanna.

 

-Alô. – Disse Santana.

 

-Oi, Sants, sou eu Dianna. – Dianna disse com a voz rouca.

 

-Oi? – Giovanna atendeu em seguida.

 

-Meninas, sou eu Dianna, eu ouvi os recados de vocês e acho que estão certas eu preciso sair e falar sobre isso, então será que vocês podem me encontrar no Outback da rua 13 em uma hora? – Dianna perguntou.

 

-Mas é claro, eu to louca pra comer uma costela mesmo. – Disse Santana rindo.

 

-Ainda bem que você ligou, Di, estávamos muito preocupadas. – Giovanna disse carinhosa. – E a Santana já estava querendo ir aí te arrancar da cama de verdade. – Ela riu fazendo Dianna rir também.

 

-Não gosto desses climas depressivos. – Disse Santana antes de rir. – Bom, nos vemos lá em uma hora, besos, chicas! – Se despediu Santana antes de desligar.

 

-Adiós, Santana! – Disse Giovanna rindo. – Já nos vemos, Didi, beijos! – Se despediu e desligou também. Dianna rapidamente correu para o chuveiro, tomou um novo banho. Ao sair pegou uma calça verde claro acompanhada de uma blusa branca florida e um casaco branco. Prendeu o cabelo e saiu.

 

 

 

 

 

-Can... – Disse Giovanna ao telefone. – Você está bem? – Perguntou.

 

-Na verdade não, eu estou péssima, Gio. – Candy respondeu tristonha.

 

-Bom, acho que você e a Dianna precisam conversar. – Falou.

 

-O que houve com a Di? – Candy perguntou confusa.

 

-Harry terminou com ela...- Giovanna torceu o lábio.

 

-Nossa, não acredito nisso, que dia ruim né... – Comentou ainda chorosa.

 

-Bom, é, eu e a Santana combinamos de ir com ela no outback, pensei em chamar você pra todas nós conversarmos. – Giovanna disse fofa.

 

-Obrigada, Gio, mas eu vou visitar minha avó com os meus pais, vamos sair daqui a pouco, aproveitar o fim de semana em Holly. – Disse. – Chamei a Court pra ir comigo, assim eu tenho uma companhia pra me distrair. – Sorriu torto.

 

-Tudo bem então, se você precisar de algo ligue, ok? – Perguntou Giovanna.

 

-Pode deixar, Gio, manda um beijo pra Sants e melhoras pra Didi. – Candy se despediu e desligou.

 

 

 

 

 

 

Já dentro do restaurante Dianna, Santana e Giovanna estavam sentadas numa mesa repleta de doces, achocolatados e hambúrgueres. O rosto de Dianna parecia completamente abatido, com olhos inchados e nariz avermelhado na ponta. Com um rabo de cavalo bem alto como penteado e um casaco que lhe cobria as mãos seu aspecto de cansaço só aumentava. Santana e Giovanna a encaravam com um semblante tão triste quanto.

 

-O que foi que ele disse? – Santana arregalou os olhos.

 

-Que eu era uma criança e que o que vivemos foi uma bobeira adolescente, que eu não devia ter confiado nele porque um homem de verdade não iria querer uma garotinha pra um relacionamento. – Dianna bufou. – Ah, e ele citou uma nova mulher madura pra viver um relacionamento de verdade. – Seus olhos encheram d’água.

 

-Nova mulher? – Giovanna franziu o cenho. – Não, isso com certeza é mentira, você foi o primeiro relacionamento que o Hazz teve em anos, ele só vive com a cara enfiada nos livros de química, não está com outra, tenho certeza. – Afirmou.

 

-Bom de qualquer maneira isso não interessa. – Dianna bufou novamente.

 

-O que queremos entender é o por que disso, ele mudou assim do nada. – Santana a encarou.

 

-Ele já estava distante há alguns dias, meio ausente, sabe? – Dianna disse antes de dar um longe gole no Milk-shake de chocolate. – Achei que eram coisas do trabalho, provas pra corrigir, não pensei que ele estava simplesmente de saco cheio de mim. – Ela abaixou a cabeça.

 

-Isso não é verdade, Dianna, eu sei que não quer ouvir isso, mas o Harry é meu irmão e eu conheço ele, e isso não faz o tipo dele, alguma coisa aconteceu. – Giovanna disse. – Desculpe. – Pediu.

 

-Tudo bem... – Disse Dianna. – Eu entendo seu lado, é difícil e eu não quero que você fique entre nós dois. – Dianna suspirou.

 

-Bom, meninas, já está tarde, vamos? - Perguntou Santana.

 

-Vamos sim, já tá quase fechando. – Giovanna riu. – Eu deixo vocês em casa. – Deu uma piscadela. Após saírem do restaurante e cruzarem a esquina tiveram uma surpresa. Harry estava ali parado na frente delas com um sorriso em semblante. Ao lado dele uma mulher encantadoramente linda, alta, com belos cabelos castanhos curtos. Sua pele era estonteantemente branca e fina. Ela parecia uma boneca de cera, encaixada perfeitamente em cada forma. Os olhos também castanhos tinham um brilho especial, assim como sua roupa extravagante, porém ainda assim belíssima. Dianna ficou sem reação ao ver aquela cena, assim como Harry ao vê-la ali em sua frente.

 

-Ah, oi... – Harry disse entre os dentes.

 

-Olá, professor. – Disse Santana sarcástica. – E então, que engraçado te encontrar aqui com essa moça, não sabia que tinha namorada. – Santana não perdeu a oportunidade de alfinetar Harry que mordeu os lábios.

 

-Pois é, essa é a Chloe, uma velha amiga de faculdade. – Ele disse fazendo com que Chloe abrisse um enorme sorriso.

 

-A melhor amiga. – Ela se auto intitulou fazendo Dianna corar de raiva. – É um prazer. – Ela estendeu a mão para Dianna que respirou fundo antes de cumprimentá-la.

 

-Chloe, essas são Dianna Allen, Santana Martinez, minhas alunas e a Giovanna, minha irmã. – Harry sorriu pra Giovanna que a essa altura estava com um bico enorme.

 

-Ah então você é a famosa Giovanna, ele falava muito de você e do Duan! – Chloe sorriu pra Giovanna que apenas torceu o lábio.

 

-Pois é né, mas ele nunca me falou absolutamente nada de você. – Ela falou grosseira, fazendo Chloe e Harry engolirem a seco. - Desculpe, mas agora nós temos que ir, um idiota sem sentimentos partiu o coração de uma amiga minha sem nenhum dó ou piedade. – Giovanna encarou Harry com raiva. Chloe apenas franziu o cenho sem entender. – Boa noite. – Disse dando as costas pros dois acompanhada de Dianna.

 

-Divirta-se. – Santana disse grosseiramente antes de dar as costas também.

 

-Sua irmã parecia meio chateada. – Chloe comentou caminhando até a porta de um bar.

 

-Não liga, ela deve ter brigado com o namorado. – Harry sorriu torto.

 

-Eu fiquei surpresa quando você me ligou. – Chloe sorriu antes de se sentar numa das mesas.

 

-Pois é, eu andei pensando muito em você. – Harry disse e se sentou ao lado dela. Chloe abriu um sorriso que não cabia em si.

 

-E então, o que tem em mente? – Ela se aproximou de Harry de um jeito sedutor. Harry conhecia aquele olhar. Chloe nunca escondeu o quanto era apaixonada por ele na época da faculdade e aquele gesto típico de sua conquista só demonstrava que ela ainda guardava aquele sentimento. Era sim errado usar Chloe para esquecer Dianna e mantê-la longe, mas era necessário, e ele a conhecia e sabia da mulher maravilhosa que ela era, sem contar na parte profissional, a melhor professora de artes que ele conhecia. Nunca havia tentado nos anos de faculdade dar uma chance a ela, tentar se apaixonar por ela, mas quem sabe agora se tentasse não poderia realmente desenvolver um sentimento forte por Chloe que acabasse por fazê-lo esquecer Dianna. Era unir o útil ao agradável, e estava disposto a dar o melhor de si para Chloe.

 

-Bom, eu confesso que senti sua falta e queria saber se podemos sair. – Harry sorriu.

 

-Hazz, não precisa ser tímido, sabe que eu sempre quis ficar com você então vamos direto ao ponto. – Chloe se inclinou e beijou Harry da forma mais intensa que pôde.

 

-Você é bem direta, não é? – Harry riu sem graça.

 

-Você quer que fiquemos juntos? – Ela perguntou com um olhar intenso.

 

-Quero. – Ele disse.

 

-Eu topo... – Chloe apenas riu e voltou a beijá-lo. Harry não sentia nada.

 

 

 

 

 

 

Paul estava sentado em sua garagem com seu violão em mãos, tocando algumas notas soltas, sem sentido ou melodia aparente. Ele encarava o vazio, e sua expressão era totalmente vazia, dolorida, como se não conseguisse colocar aquilo pra fora. Pensava em Candy, e sentia raiva por não ter percebido antes que no final ela não o escolheria se fosse necessário decidir. Nesse momento Jenny adentrou a garagem e se aproximou dele.

 

-Paul... – Ela chamou enquanto ele continuava encarando o chão.

 

-Oi, Jen. – Ele disse sem muita empolgação.

 

-Como você está? – Jenny se aproximou dele e se sentou ao seu lado, numa espécie de sofá que dava direto pra uma janela aberta, onde a lua brilhava forte.

 

-Como acha que estou? – Ele disse seco.

 

-Sou sua melhor amiga, você pode se abrir comigo, Paul. – Ela o encarou.

 

-Foi você quem me meteu nessa, melhor amiga, muito obrigado. – Ele disse seco.

 

-Ah, então está me culpando por ter desistido? – Jennifer se colocou de pé na frente dele que a encarou com uma expressão raivosa.

 

-Desistido? – Ele riu irônico. – Foi a Candy quem desistiu, Jennifer, e não eu, foi ela quem escolheu assim. – Ele bufou e logo se levantou. Jenny o seguiu ainda tagarelando.

 

-Ela ficou assustada, e você nem sequer a ajudou a pensar um pouco sobre isso, gritou coisas horríveis e foi embora, nossa, que coragem, vocês dois desistiram! – Ela disse fazendo-o se virar pra ela agora com ainda mais raiva.

 

-Dá pra calar a boca, Jennifer? – Ele disse com raiva. – Ela já chegou até mim com a decisão tomada, me perdoe se eu não engoli o meu orgulho e fiquei de joelhos implorando uma chance da linda líder de torcida! – Ele bufou. – Me deixa sozinho. – Pediu.

 

-Paul, eu só quero ajudar... – Ela disse, mas logo foi interrompida por Paul.

 

-Vai embora, Jennifer. – Ele disse. Jenny bufou ainda o encarando, mas logo pegou sua mochila.

 

-Tudo bem. – Ela disse aparentemente sem ressentimentos. – Quando você estiver pronto pra falar disso me chame. – Jenny caminhou até a porta de saída, deixando-o ali sozinho. Paul despencou sobre uma cama antiga que havia em sua garagem, e novamente pegou o violão para tocar suas notas soltas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dianna choramingava no colo de Santana no banco de trás do carro de Giovanna. Santana parecia querer estrangular alguém, e pensava realmente em fazê-lo.

 

-Vocês viram aquilo? – Dianna disse com raiva. – Ele já estava mesmo com outra, e ela é linda. – Ela se levantou passando a mão nos olhos para limpar as lágrimas.

 

-Eu vou matá-lo. – Disse Giovanna com raiva estacionando na frente da casa de Dianna.

 

-Meu pai tem que trabalhar eu ainda vou ficar com a Annie, só queria deitar e dormir. – Dianna disse ainda deixando algumas lágrimas caírem.

 

-Eu posso dormir aqui hoje? – Santana perguntou. – Ligo pros meus pais, falo que vou ficar de babá, você dorme e eu cuido da Annie e de quebra ainda fico com você. – Ela sorriu ao receber um abraço de Dianna.

 

-Eu quero muito que você fique. – Dianna disse baixinho. – Você também fica, Gio? – Dianna perguntou enquanto Giovanna encarava a janela.

 

-Não dá, amiga, desculpe. – Disse. – Tenho algo a resolver hoje. – Giovanna sorriu.

 

-Tudo bem. – Dianna sorriu de volta. – Vamos entrar, Sants. – Disse enquanto as duas saíam do carro. Giovanna apenas balançou uma das mãos se despedindo das duas e logo acelerou o carro para depois de alguns minutos estacionar em frente a sua casa, onde o carro de Harry já estava. Giovanna desceu do carro com raiva e logo caminhou até a casa de Harry onde adentrou sem nem sequer bater. Ele estava sentado em seu sofá sem camisa e levantou assustado ao ver Giovanna ali na sua frente.

 

-Que isso, Giovanna? – Ele perguntou com os olhos arregalados.

 

-Eu que te pergunto, Harry, o que é isso? – Giovanna bufou. – Qual o seu problema? O que deu em você? Tem noção do quanto a Dianna está sofrendo? – Ela perguntou raivosa.

 

-Olha só, Giovanna, é a minha vida, e eu não quero que se meta nisso. – Disse grosso.

 

-É a vida dela também, da Dianna, lembra? Minha melhor amiga. – Giovanna se aproximou dele. – Eu dei força a vocês dois, encobri vocês, aconselhei os dois, Harry, eu disse a ela que podia confiar em você e você faz isso? – Giovanna balançava a cabeça em sinal negativo desaprovando a atitude de Harry que apenas a encarava. – Eu não faço a menor ideia de quem você é agora, mas não é o meu irmão. – Giovanna suspirou.

 

-Gio, por favor, tente entender que não ia dar certo, ela vai ficar bem. – Ele disse entre os dentes, tentando conter as inúmeras emoções que queria pôr pra fora, mas não podia confiar isso a Giovanna, era melhor então deixá-la com raiva agora, para que assim ela apoiasse Dianna a esquecê-lo completamente.

 

-Espero que saiba que terminando com ela hoje terminou comigo também. – Giovanna disse seca. – Não quero que fale comigo, não quero que se aproxime de mim e muito menos dela, e espero também que alguém te acerte um enorme soco na cara. – Ela disse agora levantando o seu tom de voz.

 

-Vai ficar de mal comigo então? – Ele perguntou encarando-a.

 

-Eu nunca pensei que você pudesse ser tão imbecil, tão canalha e sem escrúpulos! O que você fez é imperdoável. – Giovanna disse raivosa.

 

 – Você está sendo infantil, Giovanna! – Disse seco.

 

-Quer saber? – Giovanna riu irônica. – Você é quem é a criança imatura da história. Não teve sequer coragem de olhar nos olhos dela e agora não tem coragem de olhar nos meus olhos. Você foi um moleque, Harry. Pode fingir que não tem mais uma irmã. – Ela disse e logo deu as costas para Harry, batendo a porta fortemente atrás de si. Harry suspirou antes de se pôr a chorar de novo, mas agora mais raivoso do que triste.

 

 

 

 

Alguns dias depois, numa quinta-feira, dia onde comumente Paul dava aula de álgebra para Candy em sua casa, ela esperava poder conversar com ele melhor sobre o que houve. Estava nervosa, queria vê-lo, sentia sua falta, e a essa altura sua barriga parecia que ia explodir de tanto nervoso só de pensar que a qualquer momento ele chegaria e ela poderia tê-lo perto nem que fosse a última vez. Ela se encarava na frente do espelho até que a campainha de sua casa tocou fazendo-a pular de susto. Ela abriu um sorriso um tanto desesperado, como se sentisse dor só de pensar em vê-lo como um mero tutor. Candy ainda assim correu para a porta e parou na frente da mesma. Ela passou as mãos nos fios soltos do cabelo e respirou fundo antes de girar a maçaneta, mas quando abriu a porta seu sorriso logo se desfez ao avistar Jennifer com um enorme livro de álgebra apoiado nos braços finos.

 

-Jenny, o que faz aqui? Cadê o Paul? – Candy perguntou enquanto seu olhar buscava encarar todo o redor de Jenny a procura dele. Jennifer suspirou antes de dizer qualquer coisa.

 

-Desculpe, Candy, mas ele não quis vir. – Ela torceu os lábios demonstrando que se entristecia com isso também.

 

-E quando ele vem? – Candy perguntou como se não acreditasse no que Jenny havia acabado de lhe dizer.

 

-Candy, ele não vem mais...Me pediu pra ser sua tutora agora. – Jenny suspirou enquanto encarava os olhos azuis de Candy se encherem d’água. Quando Candy finalmente se deixou desabar e chorar, Jennifer apenas lhe estendeu o braço para que a mesma pudesse se aconchegar nele e chorar e ela assim o fez. – Sinto muito. – Jenny sussurrou enquanto Candy apenas chorava com o rosto afundado no colo dela.

Escute Take a Bow,Rihanna.

Escute If I Were a boy, Beyoncé

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