Capítulo 8
It's a new year
- Belatrix vai se atrasar, meninas. Ela me pediu pra assumir o treino, mas não levo jeito pra dar ordens, então Santana pode assumir, por favor? – Giovanna pediu sorrindo. Santana apenas assentiu.
-Bom, eu amo dar ordens então vamos começar. – Santana riu fazendo todas sorrirem também. – Dianna em posição! – Santana gritou ao vê-la entrar no ginásio.
-Pode deixar, capitã. – Dianna gritou de longe fazendo sinal de continência.
-Vamos começar aquecendo. – Santana disse se virando para colocar uma música.
-Bom dia, flor do dia. – Giovanna sorriu pra Dianna. – Você parece radiante hoje. – Giovanna comentou enquanto puxava sua perna no alto. Santana se aproximou delas e começou a exercitar-se também.
-Eu estou tão feliz. – Dianna riu também puxando sua perna no alto.
-Deve estar mesmo, tem um cara lindo com você, eu realmente não iria querer mais nada. – Santana riu.
-E eu não quero. – Dianna sorriu. – Mas confesso que fico um pouco triste toda vez que penso que temos que ficar as escondidas. – Ela bufou antes de encará-las novamente.
-Dianna, não me leve a mal, mas estando com um homem como o Harry não importam as circunstâncias. – Santana disse num tom maldoso e brincalhão ao mesmo tempo, o que fez todas rirem.
-Sou obrigada a concordar. – Dianna riu como se tentasse convencer a si mesma.
-Muito bem, agora eu quero todos aqui, por favor. – Santana chamou a equipe. – Acho que todos sabem que a Belatrix em sua tamanha prepotência e orgulho nunca ouvirá opções que fujam ao balé clássico. – Santana rolou os olhos enquanto todos concordavam. – Pensando assim, acho que é uma boa ideia fazermos algo diferente já que ela não está aqui. – Santana sorriu maldosa.
-O que tem em mente? – Candy a encarou curiosa.
-Ginástica bem destacada pra começar, afinal temos um potencial imenso aqui, todas até mesmo as bailarinas sabem muito de ginástica artística, isso nos dá vantagem. – Santana disse enquanto todos prestavam atenção em cada palavra dela. – Segundo, é explorar tipos diferentes de dança, algo fora do padrão Belatrix, que nos permita sair da zona de conforto. – Sorriu.
-Eu acho sapateado algo legal. – Courtney sorriu.
-Podemos incrementá-lo e achar uma maneira de adicionar a coreografia. – Santana disse.
-Que tal um pouco mais de jazz? – Dianna sugeriu.
-Sim, ótimo! – Santana levantou as mãos como se comemorasse. – Vamos começar então. – Disse ligando o rádio numa música animada. – Quero Dianna e Courtney aqui na frente ao meu lado, e Giovanna você fica aqui. – Ela posicionou Giovanna na diagonal de Dianna. – Candy você fique no mesmo lugar, só que do lado oposto. – Disse. – Vamos começar pelo jazz.- Ela sorriu. – E um, dois, três, quatro, cinco, sete e oito. – Santana improvisou um passo. – O que acham? – Perguntou.
-Ficou ótimo. – Giovanna vibrou.
-Então de novo, me sigam! – Santana repetiu os passos enquanto todos buscavam realizá-lo da mesma maneira, agora de uma forma organizada. Aos poucos uma nova coreografia bem atípica se formava. Todos pareciam se divertir inventando diferentes e novos passos de diversos estilos musicais, unindo conhecimentos. Santana liderava como ninguém. Nascera para aquilo, e sabia disso. – Quero tentar algo novo! – Ela disse rindo. – Meninos, quero que erguem em uma reta horizontal eu, Dianna e Giovanna. – Pediu. Assim eles o fizeram. – Deixem a Giovanna no meio. Dianna, quando eles a pararem ali quero que você coloque sua perna no ombro da Giovanna, eu farei o mesmo. – Disse.
-Ok. – Dianna disse já em cima de um dos rapazes do time.
-Em um, dois, três, quatro! – Santana disse e as duas executaram o que Santana havia dito com perfeição. – Agora quero que nos ajudem a descer numa pirueta única. – Pediu. Os meninos seguraram firme em suas mãos e as rodando para executar a pirueta. As três bateram no chão juntas e perfeitamente. – Muito bom, agora vamos começar o sapateado. – Santana disse e todos se posicionaram para começar o passo ensaiado anteriormente. Nesse momento Bella adentrou o ginásio e com os olhos arregalados encarou aquela cena. Ela bufou.
-O que pensam que estão fazendo? – Perguntou raivosa.
-Ensaiando. – Giovanna respondeu como se fosse óbvio.
-Ah que gracinha, e eu posso saber em que lugar isso se tornou uma coreografia? – Bella levou as mãos à cintura enquanto se aproximava. – Estavam...sapateando. – Ela fez cara de nojo.
-Sim, pensamos em fazer algo diferente. – Santana sorriu irônica pra Bella antes de também levar as mãos à cintura.
-E eu posso saber por que essa mexicana estava comandando o treino da minha equipe? – Bella lançou um olhar raivoso pra Giovanna. – Achei que tinha sido clara que era pra você comandar o treino, cunhadinha. – Ela sorriu.
-Eu pedi pra Santana assumir, porque não sou muito boa nisso. – Giovanna disse sorridente.
-Então da próxima vez cancele o treino. – Bella bufou. – Quero todos em suas posições originais. – Ela mandou. – Ah e Santana por que não fica lá atrás hoje? – Ela sorriu irônica fazendo Santana corar de raiva. – Não se sinta mal, eu não vou te deixar sozinha, Dianna querida, fique lá atrás com sua amiga. – Disse Belatrix fazendo Dianna rolar os olhos antes de obedecer. - Quero uma pirueta dupla terminando na postura que as ensinei no último treino. – Ela disse as bailarinas. – Vocês eu quero uma acrobacia no ar. – Ordenou.
-Balé clássico de novo? – Santana ironizou.
-Exatamente. – Bella sorriu. – Vocês precisam entender que somos uma equipe de classe, e o balé clássico bem marcado é a nossa marca registrada há anos. Não quero e não vou permitir que minha equipe faça coisas e danças da periferia, ou idiotas como sapateado. – Bella riu fazendo todos bufarem. – Agora, no três eu quero um salto duplo de vocês quatro, cada um em um canto. – Ela ordenou aos meninos da equipe. – Vamos começar o ensaio de verdade. – Disse antes de lançar um olhar de repúdio para Santana.
No dia seguinte Harry estava no telhado encarando o céu, que portava um belo pôr do sol agora. Se sentia tenso, assustado e confuso, e as palavras de Edward rodeavam sua cabeça fazendo-o sentir dor. Quando Dianna apareceu atrás de si tampando seus olhos com suas pequenas mãos Harry sorriu.
-Adivinha quem é? – Dianna sussurrou em seu ouvido.
-Oi, Dianna. – Ele disse num tom tristonho que fez Dianna franzir o cenho. Ela tirou a mão dos olhos dele e se sentou ao seu lado.
-Está tudo bem? – Ela o encarou.
-To com um pouco de dor de cabeça. – Harry respondeu seco. Dianna suspirou.
-Acho que você quer ficar um tempo sozinho. – Ela se levantou, mas Harry rapidamente pegou em sua mão.
-Me desculpe é que eu to com a cabeça cheia. Vem cá. – Ele a puxou para sentar em seu colo. Antes que Dianna pudesse dizer qualquer coisa ele a beijou ainda mais intensamente. Ela sorriu.
-Está preocupado com alguma coisa? – Dianna perguntou acariciando levemente os cabelos de Harry enquanto ele permanecia de olhos fechados.
-Queria te perguntar uma coisa. – Harry a encarou. – Acha que o que estamos fazendo é errado? – Perguntou. – Quer dizer eu sou seu professor, tenho oito anos a mais que você e isso pode te prejudicar. – Ele disse sério fazendo Dianna rir.
-Bom, eu acho que não teriam prejuízos pra mim. – Dianna disse agora ficando séria. – Eu amo você e você também me ama, e isso aconteceria mesmo se você não fosse meu professor. – Dianna sorriu, mas Harry permaneceu sério.
-É. – Ele disse seco antes de abrir um sorriso torto pra Dianna. – Vamos descer? – Perguntou.
-Tudo bem. – Dianna desfez seu sorriso e caminhou até a saída.
Peter sorria sentado numa mesa no café no centro da cidade. Quando Courtney adentrou o local ele não pôde conter um sorriso enquanto a admirava. Courtney antes de se sentar depositou um beijo na bochecha de Peter que automaticamente corou. Ele riu frouxo nesse momento, mas logo fez questão de fechar o sorriso que não sabia bem porque deixara se formar. Ele limpou a garganta antes de proferir qualquer palavra.
-Então o que tem pra mim? – Ele perguntou fazendo-a franzir o cenho.
-Como assim? – Ela perguntou confusa fazendo-o rir.
-O que tem pra me ajudar com a Santana? – Perguntou. Courtney riu enquanto fazia uma careta como se fosse óbvio.
-Bom... – Ela sorriu. – Acho que devemos começar com coisas que meninas gostam. – Courtney deu uma piscadela pra ele que apenas riu. – Pra começar, meninas não gostam de caras galinhas. – Ela o encarou com um olhar esperto.
-Já estou resolvendo isso. – Peter disse sem graça.
-Ótimo! – Ela comemorou. – Bom, meninas amam que as levem em lugares românticos e falem abertamente sobre seus sentimentos. – Courtney começou a falar diversas coisas enquanto Peter apenas a encarava num tipo de transe. Ele achava incrível como ela podia ser tão doce e inocente ao mesmo tempo, e achava engraçada a forma como ela gesticulava com as mãos para expressar o que queria dizer, assim como seus olhos brilhavam ao falar de amor. Ele riu fazendo-a parar. – O que foi? – Ela franziu o cenho.
-Gosto de te ouvir falando. – Ele sorriu antes de pegar na mão dela fazendo-a encará-lo de uma maneira intensa. – Ah, bom... – Ele rapidamente soltou a mão dela. – Bom...contando com o desastre que foi tentar me aproximar dela na festa de Halloween e em todas as outras vezes eu não sei se saber dessas coisas vai ajudar muito. – Ele se explicou fazendo Courtney sorrir.
-Você só precisa demonstrar sua sinceridade, Pet, ela precisa sentir que você pode ser um cara bom pra ela. – Courtney falou sabida. – Anda, tenta comigo, finge que eu sou a Santana e me fala o que sente. – Ela pediu fazendo-o rir.
-Não, eu não consigo fazer isso! – Ele riu fazendo-a rir também.
-Anda, Peter, vai, fala logo, eu sei que consegue, é só fingir que sou a Sants. – Courtney sorriu pra ele que corou.
-Tudo bem. – Peter disse e respirou fundo antes de segurar a pequena mão de Courtney. – Santana...Bom... eu, é que eu... – Ele gaguejou fazendo Courtney rir.
-A Santana não tem paciência para gaguejos. – Ela riu. – Anda, seja direto e corajoso. – Ela pediu fazendo-o expressar uma careta.
-Santana, eu quero que saiba como me sinto. – Ele disse ainda segurando a mão de Courtney que o encarava atentamente. – Eu gosto de você, como nunca gostei de ninguém antes e penso em você o tempo todo, penso em como eu quero te ter pra mim. – Ele encarou os olhos de Courtney que brilhavam para os dele. Por um momento foi como se entrasse em transe e esquecesse de pra quem aquelas palavras deveriam se dirigir. – Quando eu estou com você me sinto tão bem. Você tem se tornado minha melhor amiga e esses seus olhos...Eu não consigo parar de olhar pra eles. – Peter disse antes de dar um sorriso bobo. Courtney logo torceu os lábios e soltou sua mão da dele.
-Parece que você a ama mesmo. – Ela riu torto enquanto Peter parecia acordar de seu transe. – Bom, eu esqueci que a Sants não é muito romântica, mas acho que vai dar certo. – Ela completou num tom um tanto nervoso. – Eu tenho aula de balé agora, Pet, desculpa, mas eu tenho que ir. – Ela sorriu.
-Quando nos encontramos de novo? – Ele perguntou. – Digo...pra falar disso. – Ele riu se explicando.
-Bom, que tal deixarmos por sua conta. – Ela sorriu. – Me leve num lugar romântico, o lugar ideal para se declarar pra ela pra eu ver como você se sai escolhendo os encontros. – Courtney riu.
-Ótimo. – Ele comemorou. – Vou te surpreender e mostrar pra Santana que ela pode me amar. – Ele completou antes de abraçar Courtney. –Obrigado por me ajudar. – Disse no ouvido dela fazendo-a sorrir.
-Não tem de que. – Courtney sorriu de volta e caminhou na direção da saída. Quando entrou em seu carro ela suspirou. – Ele gosta mesmo dela... – Sussurrou pra si mesma antes de abrir um sorriso curto como se estivesse se forçando a gostar daquilo. Ela balançou a cabeça como se buscasse agora mandar aqueles pensamentos embora e em seguida deu partida no carro.
Dois dias depois Harry andava pelo corredor distraído. Dianna estava com Candy e Giovanna conversando na frente de uma das salas e ele passou direto por elas sem olhar pra Dianna que engoliu a seco.
-Tudo bem, Di? – Perguntou Candy.
-Tudo sim. – Dianna sorriu.
Quando ele passou de volta Dianna andou rapidamente atrás dele. Ele pareceu perceber sua presença, mas não desacelerou os passos o que a fez apressar ainda mais os seus para poder alcançá-lo.
-Professor Evans! – Ela chamou assim para que ninguém prestasse atenção. Ele parou a força para se virar pra ela sem sorrir. – Tudo bem? – Dianna perguntou baixinho.
-Desculpa, Srta Allen, mas eu estou com um pouco de pressa agora. – Harry bufou antes de dar as costas pra Dianna que franziu o cenho. Ela se voltou e deu de cara com Giovanna que a encarou sorrindo.
-Tudo bem? – Giovanna perguntou.
-Espero que sim. – Dianna respondeu sincera. – Vamos? – Perguntou antes de sorrir e caminhar ao lado de Giovanna em direção a uma das salas.
Penny caminhava pelo corredor quando passou de repente por um dos auditórios, aquele mais especificamente pertencia ao clube de artes. Devido ao enorme tamanho da escola, poucos eram os grupos que precisavam dividir salas ou auditórios entre os horários e dias da semana disponíveis. Olhando pela vidraça da porta ela pôde ver John ali sozinho mexendo em potes que pareciam possuir tinta e num pequeno pedaço de uma substância marrom que provavelmente deveria ser argila.
Ele parecia atento o que a fez pensar duas vezes em entrar, mas algo a puxou pra isso e ela simplesmente caminhou até ele sem ser notada.
-Então esse é o seu mundinho? – Ela perguntou fazendo-o se virar pra ela. Ele sorriu.
-Pois é, seja bem vinda ao meu grêmio. – Ele disse animado ao vê-la ali, fazendo-a sorrir.
-Te conheço há anos e nunca vi nenhuma das suas grandes obras. – Ela disse agora encarando uma escultura delicada que parecia de uma menina. Ela estava aos poucos ganhando cores.
-Pra começar não acho que sejam grandes. – Ele disse carismático. – E isso se deve ao fato de você sempre ter sido presa aos seus clubes brilhantes e nunca ter tirado um tempo pra semana da exposição das artes do colégio. – Ele riu. – Somando ao fato de nunca ter me dado a mínima. – Aquelas palavra fizeram Penny encará-lo com uma careta.
-Você é cruel. – Ela disse agora voltando a encarar a escultura. – É lindo, deve ser incrível ter essa sensação de fazer algo totalmente próprio e original. – Ela sorriu.
-Está me dizendo que nunca fez nada parecido? – Ele perguntou.
-O mais perto que eu cheguei de fazer algo artístico foi colorir um livro das princesas que meu pai me deu quando eu tinha três anos. – Ela riu fazendo-o rir também. – Deve ser relaxante. – Completou fazendo-o admirá-la.
-É sim, e se quiser eu posso te ensinar. – Ele falou fazendo-a arregalar os olhos.
-Não, eu não sou boa nessas coisas. – Ela disse rindo.
-Penny, como a presidente de turma que sabe absolutamente tudo de história, geografia, noções básicas de direito, fala francês e italiano e se prepara uma vida inteira pra se tornar uma grande advogada pode não conseguir fazer pelo menos uma pintura? – Ele perguntou fazendo-a expressar uma careta.
-Como sabe de tudo isso? – Ela perguntou encantada.
-Presto muita atenção em você, há anos... – John sorriu de uma forma sedutora fazendo-a corar.
-Você é o artista do grêmio e não eu. – Ela riu voltando ao assunto. – Eu sou muito boa em tudo isso que você disse, mas é só isso. Quando trata de me expressar, deixar fluir de dentro de mim os meus sentimentos eu sou uma catástrofe, sem contar que não tenho nenhum equilíbrio senão eu até poderia tentar ser líder de torcida. – Ela riu fazendo-o rir também.
-Tem que ser menos séria e controladora. – Ele disse fazendo-a franzir o cenho.
-Não sou controladora. – Ela disse em sua defesa.
-Você quer ter certeza de tudo que vai acontecer mais a frente, quer decidir seu futuro passo a passo ao invés de simplesmente sonhar e ir vivendo. – Ele disse.
-Isso não é ser controladora e sim precavida. – Penny encarou o chão.
-Anda, eu vou te mostrar como as coisas são pro desprevenido aqui. – Ele disse ligando um pequeno rádio e deixando uma música suave tocar. Pegou um avental e amarrou na frente da roupa de Penny que mantinha seus olhos fixos nele. – Está vendo isso aqui? – Ele perguntou enquanto ela apenas afirmou com a cabeça. – É uma tela especial, ela absorve melhor a cor e deixa o desenho mais realista, só precisa do pincel certo que no caso é este aqui, ou então os dedos. – Ele sorriu.
-O pincel. – Ela disse como se estivesse escolhendo, mas ele balançou a cabeça em sinal de negativo.
-Vai usar as mãos pra sentir o que é relaxar de verdade. – Ele disse fazendo-a rir. – Feche os olhos. – Ele pediu. Ela hesitou por um segundo, mas depois resolveu obedecê-lo. John então puxou uma cadeira e colocou atrás da cadeira onde ela estava agora sentada. Ele levou suas mãos até a cintura dela enquanto deixava seu corpo se encostar no dela, e sua voz agora sussurrava suavemente em seu ouvido. – O que é o paraíso pra você? O melhor lugar do mundo? – Perguntou fazendo-a sorrir.
-Um campo de girassóis, num dia de sol intenso e brisa suave. – Ela respondeu.
-Então apenas desenhe o seu paraíso agora. – Ele disse levando sua mão até a de Penny e enfiando-a num ponte de tinta azul claro fazendo-a gargalhar. – Vamos começar pelo céu. – Ele agora levou a mão dela até a tela onde deixava os dedos dela deslizarem fazendo o desenho do céu parecer realista. Ela encarava a tela com atenção e seu sorriso era estonteante agora. Aos poucos novas cores iam sendo acrescentadas ao desenho que ganhava a forma esperada por Penny. Não estava tão bom quanto um original de John Hill, pensou Penny enquanto ele a ajudava a riscar o céu com tons de amarelo e laranja dando um toque de fim de tarde, mas nunca se sentiu tão leve, principalmente este ano, quanto agora. O quadro tinha sim uns rabiscos feitos por Penny quando John rapidamente soltava sua mão deixando-a pintar sozinha, mas ainda assim estava claramente belo. Quando finalmente estava pronto os dois encararam fielmente a tela. – Ficou ótimo. – Ele disse fazendo-a sorrir.
-Qual é o seu paraíso? – Ela perguntou agora se virando pra ele. John sorriu e abaixou a cabeça.
-É um segredo, mas logo você saberá. – Ele respondeu fazendo-a rir.
-Tudo bem, eu espero. – Ela disse encarando-o com um sorriso bobo. – Está sujo de tinta. – Ela disse levando sua mão já limpa ao queixo dele. John suspirou ao sentir a pele fina de Penny lhe acariciar o rosto, o que o fez se aproximar dela de forma delicada deixando seu nariz encostar no dela fazendo com que ambos entrassem num tipo de transe, e até mesmo a ponta de seus lábios se encostaram, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa Spencer entrou na sala fazendo-os se afastar um do outro em um susto.
-Olá. – Ela saudou com um olhar suspeito. – Eu atrapalhei algo? – Perguntou.
-Não. – Penny respondeu tirando rapidamente seu avental. Spencer apenas sorriu como resposta e caminhou pra mais perto de John.
-John, meu Deus o toque que você deu na minha escultura ficou lindo. – Ela disse caminhando até uma das esculturas sobre a mesa.
-Só precisava de um pouco mais de cor naquele pedaço, isso deixou mais real, mas está pronto pra expor na semana de arte. – Ele disse com um sorriso sincero. Penny não conseguia fingir que não estava muito feliz com aquilo.
-Fazem peças juntos? – Ela perguntou encarando Spencer diretamente.
-Ele me ensinou quase tudo que sei, é um ótimo professor. – Ela sorriu fazendo Penny suspirar.
-É sim. Eu só não sabia que ele tinha o hábito de ensinar e que tinha tantas alunas. – Ela respondeu. – Vai expor seus trabalhos também? – Ela perguntou.
-Sim, vamos expor juntos, mas ainda é um segredo nosso o tema, vai ser surpresa e acho que você vai gostar. – Ela disse fazendo Penny encarar o chão.
-Acredito que sim. – Ela disse mais séria agora. – Eu tenho que ir, ainda tenho que terminar um trabalho de italiano e treinar pro debate. – Ela disse seca já começando a caminhar.
-Espera, Penny! – John disse se levantando. – Não quer pintar mais um pouco? – Ele perguntou.
-Eu não tenho tempo pra perder. – Ela disse grosseiramente fazendo-o franzir o cenho. – Preciso pensar no meu futuro. – Penny sorriu torto antes de dar as costas. – E pelo visto vocês precisam trabalhar pra sua exposição. – Ela disse agora encarando Spencer que não demonstrava nenhum sentimento em semblante.
-Não quer pelo menos levar seu quadro? – Ele perguntou.
-Não, ficou horroroso, eu não tenho talento pra isso então pode jogar fora se quiser. Nem se compara com as esculturas de vocês. – Completou já saindo da sala. Spencer caminhou até o lado de John.
-Ela pareceu irritada. – Disse fazendo-o rir de leve.
-Não consigo entendê-la. – Ele disse retirando o quadro do apoio e colocando-o num canto da sala. – Deixa pra lá, vamos começar a escultura, eu quero terminar tudo logo pra poder focar na campanha. – Sorriu. Spencer apenas assentiu e se sentou ao lado dele pondo o seu avental.