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      Capítulo 8

 It's a new year

 

Candy e Paul estavam sentados sobre o sofá de Candy. A casa como de costume estava vazia, e isso não era novidade para nenhum dos dois a essa altura, afinal os pais de Candy tinham trabalhos de carga horária extensiva e, às vezes até noturna, sendo seu pai designer de uma grande empresa da qual ele era tratado como um escravo, e sua mãe advogada do governo, o que também lhe custava muitas horas fora de casa na maioria das vezes. Paul estava atento agora, corrigindo um exercício de Candy, mas ela logo o distraiu se levantando e indo na direção de seu quarto. Quando ela retornou um violão estava em suas mãos e ele franziu o cenho enquanto via um sorriso sapeca se formar no rosto dela.

 

-Achei que não sabia tocar nenhum instrumento. – Paul disse deixando o caderno dela de lado para agora encará-la fielmente.

 

-E eu não sei. – Candy sorriu. – Eu quis aprender quando era pequena e meu pai me deu esse violão. – Ela completou.

 

-Então por que não sabe? – Paul a questionou fazendo-a rir frouxo.

 

-Bom, o meu pai tentou me ensinar, mas ele também não sabia muito, e eu sou um pouco elétrica demais, fui me sentindo frustrada por não conseguir e acabei desistindo, até porque logo depois eu entrei pra ginástica e encontrei um novo amor. – Candy riu.

 

-Você ama mais a ginástica ou a música? – Ele perguntou pegando o violão em suas mãos.

 

-Eu vou ser ginasta pro resto da vida de uma maneira ou de outra, a ginastica é como uma terapia sabe? Me faz sentir bem, é um bom exercício, mas a música me domina, me arrasta, me comanda. – Candy sorriu. – Quando eu fizer teatro eu quero fazer musicais e cantar em cima dos maiores palcos desse mundo. – Ela completou enquanto Paul sorria admirando-a. – Mas por hora, pensei que você poderia tocar algo pra mim, já que disse que sabe. – Disse.

 

-Só se você me acompanhar. – Paul sorriu arriscando umas notas soltas. – E se depois me deixar te ensinar a tocar. – Completou.

 

-Eu topo. – Candy disse com as bochechas coradas.

 

 

 

 

 

 

Paul então começou a deixar seus dedos deslizarem delicadamente sobre as cordas do violão enquanto os olhos de Candy atentavam com cuidado para cada movimento que produzia um som suave.

 

-Your hand fits in mine like it's made just for me, but bear this in mind It was meant to be. And I'm joining up the dots with the freckles on your cheeks and it all makes sense to me. – Ela cantou antes de sorrir e encarar o sorriso envergonhado que se formava no rosto dele também. -  I know you've never loved the crinkles by your eyes when you smile. You've never loved your stomach or your thighs, the dimples in your back at the bottom of your spine, but I'll love them endlessly. – Ele falou. Candy suspirou e fechou os olhos para deixar sua voz aparecer.

 

-I won't let these little things slip out of my mouth, but if I do It's you, oh it's you they add up to. I'm in love with you and all these little things. – Paul não pôde deixar de sorrir com a voz suave dela. - You can't go to bed without a cup of tea and maybe that's the reason that you talk in your sleep. And all those conversations are the secrets that I keep, though, it makes no sense to me. – Ela sorriu.

 

-I know you've never loved the sound of your voice on tape. You never want to know how much you weigh. You still love to squeeze into your jeans, but you're perfect to me. – Paul soou de forma carinhosa.

 

-You'll never love yourself half as much as I love you. You'll never treat yourself right darlin', but I want you to. If I let you know I'm here for you, maybe you'll love yourself like I love you. – Os dois cantaram juntos enquanto se encaravam fixamente. - I've just let these little things slip out of my mouth 'Cause it's you, oh it's you, It's you they add up to and I'm in love with you and all these little things. – Eles sorriam ainda entoando suas vozes juntas de uma maneira delicada. - I'm in love with you and all your little things. – Eles fecharam a música para agora Candy como num impulso incontrolável pular nos braços de Paul para beijá-lo da forma mais intense que podia.

 

 

 

 

 

Giovanna segurava firme o telefone enquanto caminhava de um lado para o outro em seu quarto. Seu rosto carregava uma expressão um tanto rígida, como se algo verdadeiramente lhe incomodasse. Nesse momento, Dianna adentrou o quarto dela e acenou como se avisasse que estava ali. Giovanna apenas lhe sorriu de volta e logo voltou a escutar atentamente a voz que ao telefone lhe falava. Dianna se sentou e ficou folheando uma revista.

 

-Eu entendo isso, eu só não sei porque isso impede que eu conheça os seus pais. – Giovanna disse se sentando ao lado de Dianna que passou a encará-la. – Mike, eu entendo que sua casa está em obra e que seus pais estão ocupados, mas já estamos juntos há três meses e eu ainda não conheci seus pais, nem sequer sei onde você mora. – Giovanna bufou fazendo uma careta para Dianna que riu.

 

-Gio, tenta entender que é um momento difícil, os meus pais estão com dificuldade de organizar as coisas, mas eu prometo que logo você vai vir e conhecê-los. – Mike explicou antes de bufar.

 

-Bom, se o problema é a casa, que tal vocês virem jantar aqui em casa, assim meus pais podem conhecê-los, o que acha? – Ela fez cara de sabida. – Ah, Mike, qual é, você conheceu os meus pais, e parece que não quer que eu conheça os seus. – Ela disse irritada, mas logo olhou pra Dianna que fazia sinal para ela se acalmar. – Quer saber, tudo bem, eu entendo, mas quando eles puderem, marque algo, eu quero muito conhecer seus pais. Tudo bem, eu também te amo, tchau. – Ela disse antes de desligar.

 

-Problemas? – Dianna perguntou com um sorriso breve.

 

-Eu não sei bem. – Giovanna bufou. – Quer dizer, é que eu não entendo, sabe? Eu e o Mike nos damos super bem, meus pais, o Hazz e o Duan adoram ele, mas ele faz um mistério imenso com a família dele. – Ela franziu o cenho.

 

-Vai ver tem medo de que o envergonhem, ou que você não goste deles. – Dianna disse tentando confortá-la.

 

-É, talvez, mas não é motivo o suficiente. – Giovanna bufou. – Bom, mas e aí, novidades? – Giovanna riu ao lembrar de perguntar o motivo de Dianna estar ali com aquele sorriso bobo. Nesse momento Santana adentrou o quarto também.

 

-Estavam mesmo reunidas sem mim? – Ela perguntou balançando a cabeça em reprovação.

 

-Desculpa, Sants, eu não avisei que vinha. – Dianna riu. – Tenho uma coisa pra contar! – Ela vibrou de forma animada. – Eu e o Harry nos beijamos, e ele disse que me ama. – As bochechas de Dianna coraram enquanto ela dizia cada uma daquelas palavras. Santana e Giovanna apenas arregalaram os olhos e logo começaram a gritar em comemoração.

 

-Como foi? – Santana perguntou animada. – Eu quero cada detalhe! – Disse como uma ordem.

 

-Bom, ele me levou até o telhado do colégio. – Dianna começou a dizer. – Lá é incrível, um jardim lindo, cheio de flores coloridas, e ele se declarou e me beijou, ficamos lá até agora. – Dianna disse envergonhada.

 

-Ele beija bem? – Santana franziu o cenho.

 

-Isso é nojento. – Disse Giovanna rindo.

 

-Foi o melhor beijo da minha vida. – Dianna disse antes de se jogar sobre a cama. – E as mãos dele acariciando o meu rosto... – Ela disse como num transe.

 

-Tem certeza de que ele acariciou só o rosto? Está totalmente em transe... – Santana comentou maldosa.

 

-Santana! – Giovanna ralhou. – Ai, Di, eu fico tão feliz por vocês, mas como vai ser? Estão namorando? – Giovanna perguntou animada.

 

-Bom... – Dianna se levantou. – Eu não sei como vai ser....quer dizer, eu sei que teremos que nos encontrar escondidos, mas quanto ao namoro... – Dianna fez mistério enquanto se levantava e caminhava no quarto com cara de sabida. – É, estamos juntos. – Ela riu enquanto as amigas comemoravam.

 

-Isso é incrível! – Giovanna disse antes de abraçá-la.

 

-Eu tenho que repetir, como você é incrível, Dianna Allen, quando eu crescer quero ser como você! – Santana deu uma piscadela marota pra Dianna que riu.

 

 

 

 

Duan estava deitado sobre sua cama, distraído enquanto ouvia música pelo celular. Se sentia em completo tédio, mas para sua felicidade, Harry bateu na porta, fazendo ele rapidamente se sentar para manda-lo entrar. Ele tinha um sorriso gigante no rosto o que logo fez Duan franzir o cenho.

 

-Está feliz por me ver? – Duan perguntou brincando enquanto Harry se aproximava e puxava uma cadeira pra se sentar.

 

-Aconteceu. – Harry disse antes de corar.

 

-Seja mais específico. – Duan riu. – O que aconteceu? – Perguntou.

 

-Eu beijei a minha namorada Dianna Allen. – Harry deu um riso frouxo totalmente incontrolável pra ele. Duan arregalou os olhos.

 

-Ah, eu não acredito, Hazz, isso é incrível! – Duan comemorou com ele.

 

-Duan, foi incrível, ela é incrível, é maravilhosa, eu quero ficar com ela pra sempre. – Harry disse antes de sorrir novamente. – Eu disse a ela que a amava. – Ele riu bobo.

 

-É claro que ama. – Duan riu. – Estou feliz por você e pra comemorarmos isso vou pegar um Milk-shake pra gente. – Duan disse animado dando espaço para Harry passar. Quando Harry abriu a porta, Dianna apareceu em sua frente saindo do quarto de Giovanna junto a esta e a Santana. Eles se encararam e logo ambos sorriram corados.

 

-Meu amor... – Harry disse se aproximando, aquelas palavras fizeram todos sorrirem animados. – Não me disse que vinha pra cá. – Ele acariciou seu rosto.

 

-Acho que esqueci que você praticamente mora aqui. –Dianna riu.

 

-Bom, vamos deixá-los a sós um pouco agora porque vamos pegar um Milk-shake. – Disse Duan piscando pra Santana e Giovanna.

 

-Light, pro Dudu, é claro. – Santana riu antes de sair junto com todos. Harry sorriu e logo ele e Dianna adentraram o quarto de Giovanna.

 

-Eu já estava com saudade. – Ele disse antes de beijá-la intensamente.

 

-Eu também. – Dianna riu enquanto ainda o beijava.

 

-Eu te amo tanto. – Ele riu encarando-a, mas os dois logo foram despertados de seu transe quando Caroline adentrou o quarto, fazendo-os se assustar. – Espero que tenha entendido o exercício, senhorita Allen. – Ele disse assustado.

 

-Ah, claro, senhor Evans, e obrigada por ter me explicado. – Ela sorriu.

 

-Não sabia que estavam aí, queridos. – Caroline sorriu.

 

-Pois é, eu vim falar com a Gio, mas já estava indo embora. – Dianna riu pra ela que sorriu de volta.

 

-Eu também quero falar com ela. – Caroline riu. – Bom, vou lá embaixo procurá-la. – Avisou e logo se retirou também.

 

-Quase morri do coração. – Harry disse assustado.

 

-Vai ser sempre assim, né? – Dianna torceu os lábios encarando-o.

 

-Só até você se formar. – Ele sorriu. – Depois eu prometo que falarei com seu pai, mostrarei que minhas intenções são as melhores e pedirei pra que ele me deixe ser seu namorado e aí assumiremos publicamente. – Completou fazendo as bochechas dela corarem.

 

-Tudo bem. – Dianna sorriu também. – Eu tenho que ir, a babá da Annie já deve estar querendo ir embora. – Dianna disse antes de se equilibrar na ponta dos pés para depositar um novo beijo nos lábios de Harry que apenas sorriu. – Eu te amo! Até amanhã. – Dianna deu uma piscadela pra ele que o fez corar. Harry desceu logo em seguida, caminhando até a cozinha onde todos estavam. Giovanna e Santana o encararam prendendo o riso.

 

-Olá, meu amor... – Duan disse numa voz sedutora fazendo com que as duas não conseguissem mais prender as gargalhadas.

 

-Vocês são uns imbecis! – Harry gargalhou junto. – Eu estou completamente apaixonado por essa mulher, podem rir de mim, sou um bobo apaixonado. – Harry completou.

 

-Eu estou tão feliz por vocês! – Giovanna disse o abraçando.

 

-Eu também, só espero que se comporte, eu posso esquecer que é meu professor e bater em você caso aja como um idiota. – Santana comentou.

 

-Ela é maravilhosa, não é? –Harry riu. – Quer dizer, aqueles olhos e aqueles lábios, a voz dela é como a de um anjo, ela é completamente perfeita. – Ele tagarelou fazendo todos arquearem as sobrancelhas.

-Ele está amando mesmo né... – Santana comentou encarando Duan que assentiu.

-Vou preparar um milk-shake de chocolate duplo pra você, Hazz. – Giovanna riu.

 

 

 

 

 

No dia seguinte, Harry andava pelos corredores em direção à sala dos professores. No caminho cruzou com Dianna e deu um sorriso disfarçado que ela retribuiu antes de se virar para seu armário. Ainda olhando para Dianna, Harry sem querer esbarrou no novo psicólogo da escola, Sr Andrews que sorriu com o esbarrão.

 

-Olá, Sr Evans. – Edward sorriu e estendeu a mão para Harry cumprimentá-lo.

 

-Sr Andrews, perdão, eu estava distraído e acabei esbarrando no senhor, está bem? – Harry apertou sua mão.

 

-Não tem problema, meu jovem. – Ele disse sincero. – Como está? – Edward perguntou enquanto eles adentravam a sala dos professores ainda vazia. Edward encheu um copo de café para ele e outro para Harry que sentou em uma das mesas antes de responder.

 

-Estou ótimo. – Harry sorriu pegando o copo da mão de Edward que sorriu de volta.

 

-Sr Evans... – Andrews começou a dizer, mas logo foi interrompido por Harry.

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-Pode me chamar de Harry. – Disse simpático.

 

-Pois bem, Harry. – Edward sorriu. – Eu ontem o procurei depois de sua aula para conversarmos, mas não o encontrei. – Disse antes de dar uma golada no café.

 

-Ah, é que eu fui resolver umas coisas, sai daqui rápido. – Harry deu uma longa golada também. – Mas sobre o que queria falar comigo? – Perguntou.

 

-Percebi que o senhor estava muito animado ontem e pensei se não poderíamos falar disso na minha sala, como paciente e psicólogo ao invés de colegas de trabalho. – Sr Andrews sorriu fazendo Harry arquear a sobrancelha.

 

-Quer marcar uma consulta pra mim por que eu estava feliz demais? – Harry riu sarcástico. – Isso é errado? Ser feliz é errado, Sr Andrews? – Harry o encarou.

 

-Não. Estar feliz não é errado, Harry, até o ponto de que sua aluna é o motivo da sua felicidade. – Edward jogou a cabeça um pouco para o lado fazendo Harry morder os lábios. Naquele momento, Harry pôde sentir sua espinha se congelar dentro de si, fazendo-o respirar cada vez mais ofegante.

 

-Não sei do que está falando, senhor. – Mentiu já sentindo o suor escorrer pela testa devido ao nervosismo.

 

-Está apaixonado pela sua aluna, Sr. Evans, uma jovem de dezessete anos, uma criança. – disse Edward sério. – Não é correto um aluno e um professor se relacionarem além do profissional, ela deve ficar com rapazes da idade dela, assim como senhor deve procurar uma mulher e não uma menina. – Edward baixou o tom de voz para que ninguém ouvisse.

 

-O que? – Harry riu nervoso – Não sei mesmo do que está falando. – Engoliu a seco. – Não estou apaixonado por nenhuma aluna, seria um absurdo, não é? – Riu forçado.

 

-Podemos ser sinceros um com o outro, Sr. Evans. – Edward sorriu. – Foi nítida a forma como a olhava a cada momento na sala e o modo como sorriram um para o outro agora pouco, antes do senhor “por distração” esbarrar em mim. – Sorriu. Harry hesitou um minuto encarando o chão. Suas mãos suavam e ele sentia um nó na garganta que parecia sufocá-lo, o que o fez dizer logo aquilo que tanto o torturava.

 

-Não sou tão velho, Sr Andrews, tenho vinte e cinco anos, acabei de me formar, acabei de arrumar minha própria casa, é meu primeiro emprego, nossa diferença é de apenas oito anos, não é tanto assim. – Harry disse desesperado.

 

-Sei que é um professor jovem, Harry, mas não tem o direito de colocar a vida desta menina em jogo, se isso chega ao conhecimento do diretor, ou do conselho ela será mandada para algum centro de reabilitação de traumas psicológicos, assim como o senhor não lecionaria em mais nenhum lugar, podendo ainda ser acusado de abuso de menor. – Edward balançou a cabeça, e abaixou-a.

 

-Não faria nada para o mal dela, eu... – Harry fez uma pausa. – eu a amo. – ele sorriu como se o rosto de Dianna viesse em sua mente.

 

-Vai ter que esquecer o que sente se quiser o bem dela, e se quiser ter um emprego. Pense nisso para conversarmos mais na segunda, Sr Evans. – Edward saiu andando e Harry de longe permaneceu olhando para o chão pouco antes de levar as mãos a cabeça e bufar.

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