Capítulo 7
A merry Merry Christmas
-Giovanna! – Chamou Santana retornando ao quarto depois de tê-lo deixado para atender ao telefone.
-Sim? – Giovanna disse sorrindo ainda encarando o filme junto com Dianna, Annie e Rachel.
-Já vou! – Santana mordeu os lábios.
-Ué, mas por quê? É cedo ainda! – Giovanna levantou a sobrancelha.
-Meus pais ligaram, e disseram que é pra eu ir pra casa, disseram algo sobre “precisamos conversar” – Ela fez as aspas com os dedos.
-Sobre o tal problema? – Giovanna se virou para Santana logo após pausar o filme.
-Provavelmente. – Santana revirou os olhos.
-Está tudo bem? – Perguntou Dianna. – Você parece meio inquieta, Santana. – Disse.
-Não quer mesmo me contar o que é? Somos amigas! – Giovanna torceu os lábios enquanto Dianna e Rachel afirmavam com a cabeça.
-Aguento isso por dezessete anos, vou sobreviver sem contar, me desculpem. – Santana se encostou ao batente da porta do quarto. – Mas eu realmente não to pronta pra falar disso ainda. – Abaixou a cabeça sem graça.
-Tudo bem. – Disse Dianna sorrindo. – Apenas saiba que pode contar conosco. – Piscou antes de se levantar para lhe dar um abraço.
-Pois é. – Disse Giovanna. – Quando eu vou te ver de novo? – Perguntou também se levantando.
-Eu te ligo. – Santana a abraçou. – Não precisa me levar na porta, já sei o caminho. – Ela sorriu.
-Tudo bem. – Giovanna disse seca. – Feliz Natal, então. – Ela disse.
-Pra vocês também. – Santana deu um sorriso torto enquanto Dianna, Rachel e Annie lhe desejavam um feliz natal. – Obrigada. Então... to indo lá, tchau. – Disse encarando os pés.
-A Santana anda meio estranha. – Disse Giovanna cruzando os braços.
-Deixa ela, Gio. – Disse Dianna. – Ela esta passando por problemas e precisa de um tempo, vai passar. – Ela sorriu.
-Eu espero. – Disse Giovanna bufando. – Só queria que ela falasse o que está acontecendo. – Rolou os olhos.
-Ela vai dizer quando estiver pronta, Gio. – Disse Rachel sorrindo. – Que tal retornarmos ao filme? – Riu.
-Boa ideia! – Disse Giovanna abrindo um novo sorriso e dando play na direção do DVD.
Mais tarde um pouco, Harry se encontrava na biblioteca da casa folheando um jornal. Annie ao seu lado apenas observava a imensidão da biblioteca extremamente rústica e colorida pelos milhares de livros que portava. Dianna adentrou com cuidado ao recinto. - Annie, papai ligou, disse que está vindo te buscar pra vocês saírem! – Disse Dianna num tom mais baixo.
-Tá, eu vou me arrumar! – Disse Annie dando uma piscadinha pra Harry antes de sair pela porta.
-Você não vai? – Ele perguntou se levantando enquanto Dianna andava em sua direção.
-É um programa dos dois, eu te disse que minha mãe morreu no parto da Annie, meu pai não a aceitava no início, foram anos difíceis, e agora eles fazem isso todo natal pra tentar recompensar tudo. – Dianna sorriu.
-Isso quer dizer que ainda tenho mais algumas horas pra tentar começar o que estou desde ontem tentando. – Ele a puxou fazendo-a se sentar sobre uma de suas pernas o que a fez sorrir antes de acariciar o rosto dele.
-Quem sabe se você arrumar um visco. – Dianna brincou.
-É uma boa ideia, assim ninguém poderia nos interromper, não acha? – Ele sorriu feito bobo. -Vamos procurar um então? – Ele pegou devagar em sua mão fazendo-a abaixar a cabeça.
-Pode ser, mas primeiro tenho que entregar a Annie para o meu pai. – Ela o encarou dando uma piscadela.
-Eu espero, não tenho nada pra fazer, talvez resolver alguns exercícios de química, nada demais! – Ele riu. Ela deu um beijo em seu rosto fazendo-o fechar os olhos.
-Te vejo daqui a pouco. – Dianna sussurrou perto de seu ouvido, o que o fez se arrepiar, e se levantou saindo da sala rapidamente com um tremendo sorriso no rosto. Aquela voz era totalmente impactante pra ele que ficou ali com um sorriso bobo.
-UAU! – Disse Giovanna entrando na biblioteca pela outra porta – Olha achei melhor até esperar um pouco antes de sair, pra não atrapalhar. – Ela riu.
-Não seria a primeira a fazer isso. – Harry riu.
-Sabe, ela gosta de você demais, não vai magoá-la certo? – Giovanna se aproximou.
-Como a magoaria sem me magoar? – Harry abraçou Giovanna.
-É, finalmente aconteceu, o meu irmão mais velho que disse que não se apaixonaria nunca, porque amor não é algo real já que a ciência não o explica ou o comprova, está amando feito um louco. – Giovanna riu.
-Agora eu entendo porque ele nunca foi comprovado. – Harry torceu os lábios.
-É mesmo? – Disse Giovanna sorrindo.
-Foi feito apenas pra sentir, acredita que é tão simples? – Ele brincou.
-Sei como é. – Giovanna encarou o teto.
-Que papo é esse, mocinha? – Harry franziu a testa.
-O que é? – Giovanna arregalou os olhos.
-Está apaixonada? É nova demais pra isso. – Harry fez careta com raiva.
-Alô, tenho a mesma idade da menina por quem você está apaixonado! – Giovanna torceu o nariz.
-Sou um péssimo exemplo pra você. – Harry colocou as mãos na cabeça.
-Escuta, não fique igual ao Duan, já chega de irmão ciumento, eu gosto de você assim, apaixonado, então esquece o que eu to fazendo. – Ela riu dando um soco leve no braço de Harry.
-Vou fingir que não sei que você está apaixonada. – Ele fechou a cara. – O Mike não é mais velho que você não né? – Harry se desesperou.
-Harry, você tem vinte e cinco anos e ela dezessete, quer mesmo me dar lição de moral? – Giovanna gargalhou.
-Giovanna, quantos anos o Mike tem? – Harry arregalou os olhos.
-Dezoito - Ela riu.
-Estou de olho em você. – Ele deu língua pra Giovanna enquanto ela saía do local. -Sou mesmo um péssimo exemplo. – Pensou alto.
Duan estava sentado na varanda de casa. Com a cara fechada ele quebrava um pequeno galho nas mãos, e encarava o céu claro. A neve cobria parte de seus sapatos, e o vento gelava suas mãos, porém ele parecia não se importar com isso. Rachel abriu devagar a porta e ao notá-lo sentou-se ao seu lado na escadinha da varanda.
-Tudo bem? – Perguntou Rachel.
-Não sei bem. – Duan encarou Rachel. – Sou um idiota. – Ele riu.
-Bom, talvez só esteja num dia ruim. – Ela riu também.
-Sempre dou alguma mancada. – Ele pegou em sua mão. – Me desculpe pelo que tentei ontem à noite. – Disse.
-O que você tentou? – Ela ficou séria.
-Se não fosse a Santana você teria ido inocentemente ao terraço comigo, e eu ia tentar te beijar, como venho querendo desde o baile. – Ele abaixou a cabeça.
-Talvez não tão inocentemente...E sua namorada? – Ela mordeu os lábios sem encará-lo.
-Pois é. – Ele levantou uma sobrancelha.- Eu sou um merda mesmo, não é? – Duan baixou a cabeça.
-Não, é apenas um idiota, mas um merda não. – Ela riu. – Acho que você pensa que eu também sou, não é? – Rachel o encarou com um olhar sério.
-Por quê? – Duan perguntou confuso.
-Porque você tem namorada, e ela já me odeia o suficiente por você ter dançado comigo no baile antes dela chegar. – Ela riu de leve. – E mesmo assim você ainda tenta ter algo comigo estando com ela, só porque eu gosto de você. – Baixou a cabeça.
-Eu não te acho idiota, Rachel. – Duan coçou a cabeça. – Eu não faço isso pensando na Belatrix. – Ele se aproximou.
-Mas deveria. Ela é sua namorada. – Ela o encarou com tristeza nos olhos. – Eu gosto demais de você, Duan, e as vezes até acho que também gosta de mim, mas você não consegue se decidir. – Rachel torceu os lábios.
-A Bella torna as coisas difíceis, um dia ela me ama e é a melhor namorada do mundo, e outro dia eu não presto e ela me trata mal, e eu fico mal, afinal estamos juntos há um ano e meio. – Duan baixou a cabeça encarando a neve.
-E você quer ser melhor pra ela, não é? – Rachel suspirou.
-Não é isso, Rachel, é que eu...Eu queria tentar te beijar, porque senti algo quando dançamos, algo real. – Ele sorriu pegando em suas mãos. – Eu queria confirmar o que era. – A encarou fixamente.
-Então quer me usar pra ver se significo algo pra você ou se realmente prefere a Bella? – Rachel franziu o cenho.
-Não é isso, eu só... – Duan tentou se explicar, mas Rachel o cortou com um tom raivoso.
-Sabe, Duan, a sua namorada é um monstro, mas nem por isso eu vou me prestar ao papel que você quer que eu faça.- Ela torceu os lábios. – Eu gosto sim de você e sim eu odeio a Belatrix, mas nunca a faria sofrer dessa maneira, porque eu não sou esse tipo de pessoa. – Bufou.
-Rachel, eu sinto algo por você, é verdade. – Disse Duan fechando os olhos. – Mas também sinto algo pela Bella. – Ele voltou a encará-la.
-Então não posso ser absolutamente nada sua, enquanto você não souber o que sente. – Rachel formou uma linha reta com os lábios. Seus olhos eram intensos.
-Me perdoa, Rach. – Disse Duan com as bochechas vermelhas de vergonha. – Eu preciso pensar direito sobre isso, eu realmente quero estar perto de você, mas algo me prende a Bella e eu preciso resolver isso. – Ele socou a madeira da grade.
-Então resolva, Duan, mas até lá eu acho melhor mantermos distância. – Rachel disse cabisbaixa. – Eu preciso ir agora...Tchau, Duan. – Ela disse fugindo de suas mãos fortes que a faziam parecer menor. De repente a porta se abriu novamente, e Duan se virou para ver que era Dianna segurando no ombro de Annie. Ela sorriu fechando a porta.
-Tudo bem? – Ela riu.
-Na verdade não. – Duan apertou a bochecha de Dianna. -Já vai embora? – Perguntou.
-Bom, eu não, mas a Annie vai, meu pai vai levar ela pra passear. – Dianna encarou Annie sorrindo.
-Vamos numa lanchonete muito legal, tem biscoitos em forma de árvore de natal. – Annie disse feliz.
-Traz alguns pra mim! – Disse Duan brincando.
De repente um carro preto parou em frente à casa, era Dean, o pai de Dianna e Annie que apenas acenou de longe com um sorriso curto no rosto. Dianna caminhou na direção do carro e enquanto Annie abria a porta para entrar, ela dava um beijo no rosto do pai que sorriu sinceramente. Antes do carro dar a partida Dianna caminhou em direção a Duan.
-Como estão as coisas entre você e a Rachel? – Disse Dianna se sentando.
-Não sei. Eu disse a ela a verdade, que ainda estou confuso sobre o que sinto por ela e pela Belatrix e ela me deu um fora. – Duan bateu com a mão na testa.
-Isso é egoísta da sua parte...ficar com raiva, sabe? – Dianna fez cara de sapeca e logo depois riu.
-Eu não posso simplesmente terminar assim por impulso, só porque senti algo enquanto nós dançamos. – Duan a encarou. – E se eu realmente amar a Bella, vou perdê-la à toa? – Ele bufou.
-Se fosse assim eu não saberia que estou apaixonada pelo Harry. – Dianna sorriu.
-Apaixonada? – Duan a encarou com um sorriso sincero. – E ele já sabe disso? Porque acho que ele vai ser o cara mais feliz do mundo quando souber! – Duan riu.
-To esperando o momento certo pra dizer. – Dianna riu encostando sua cabeça no ombro de Duan. – Não diga nada a ele. – Pediu.
-Claro que não, eu não estragaria o momento mais feliz da vida do Hazz! – Completou.
-Obrigada, bom, mas vamos falar de você... – Dianna o encarou. -Não foi apenas a dança, Duan. – Dianna sorriu. – Não se sente diferente com a Rachel sempre que estão juntos? – Dianna levantou o rosto de Duan.
-Sim, mas eu não sei o que é, Di. – Duan torceu os lábios.
-Então descubra, antes que magoe alguém ou se magoe. – Dianna. – Sabe, a Rachel é uma garota incrível, e desculpe, Duan, mas a Bella só te coloca pra baixo, vocês vivem brigando. – Ela sorriu torto.
-Eu sei, mas não posso resolver as coisas assim, quer dizer, a Rach é linda e incrível, eu me sinto ótimo ao lado dela, mas eu e a Bella também temos bons momentos... – Ele disse sério.
-Então pense com calma, ok? – Dianna lhe deu um beijo no rosto quando de repente a porta se abriu pondo Harry no recinto.
-Estou atrapalhando? – Ele se sentou do outro lado de Duan.
-Já vi que tenho que sair da minha própria varanda se não quiser atrapalhar. – Duan riu se levantando.
-Pensa bem viu, Duan? – Disse Dianna enquanto ele entrava. Duan apenas fez sinal de positivo com a mão.
O silêncio tomou conta do lugar. Harry encarava fielmente o casaco de Dianna que estava em suas mãos, enquanto ela enrolava as mãos uma na outra. Depois de alguns segundos Harry se aproximou devagar, fazendo-a rir.
-Pronta pra procurar o nosso visco? – Ele sussurrou em seu ouvido estendendo o casaco para ela.
-Era sério isso? – Ela gargalhou.
-Mas é claro! – Ele se levantou. – Vem comigo? – Ele estendeu a mão para Dianna que sorriu de ponta a ponta.
-Pra onde vamos? – Ela perguntou entrando no carro de Harry.
-Uma surpresa! – Disse sorrindo enquanto entrava no carro.
-Vai me sequestrar? – Ela brincou encarando-o.
-Se eu disser que não quero fazer isso seria mentira, mas não, eu não vou te sequestrar. – Ele se inclinou para Dianna. - Pelo menos não hoje. – Ele pôs delicadamente a mão sobre seu rosto fazendo-a fechar os olhos.
Harry deu um beijo na mão de Dianna e logo depois deu a partida no carro que no início se mostrava preso pela neve, porém depois de algumas tentativas, finalmente saiu do lugar. Depois de alguns minutos silenciosos dentro do carro Harry parou o carro em frente a um parque todo coberto de neve. Ele saiu do carro e abriu a porta para que Dianna saísse. Ao pôr os pés no chão sua bota afundou na neve macia, fazendo com que ela caísse nos braços de Harry que mordeu os lábios.
-Desculpa. – Ela pediu tentando achar equilíbrio na neve fofa.
-Quando quiser. – Ele a pegou pela mão. Aquelas palavras a fizeram corar.
-Onde nós estamos? – Ela perguntou encarando-o.
-Estamos num parque. – Ele riu.- Com um belo lago para pesca bem na entrada. – Ele a encarou torcendo os lábios.
-Sabe que os parques não abrem no natal, não é? – Ela riu.
-Sei. – Harry caminhou em direção a grade do parque.
-E sabe que o lago está congelado pelo frio, não sabe? – Ela o seguiu.
-Sei também. – Ele riu.
-E então? – Ela se pôs na sua frente.
-Vai me dizer que nunca foi num parque fechado? – Ele começou a escalar a grade.
-Harry, o que você tá fazendo? Ficou maluco? – Ela arregalou os olhos.
-Vem, eu te ajudo a subir! – Ele esticou a mão.
-Eu não sei. – Ela torceu os lábios.
-Confia em mim. – Harry pediu balançando as mãos.
Dianna o encarou por alguns segundos, mas logo depois segurou em sua mão e começou a escalar a grade. Ao chegar no topo da grade Harry se jogou caindo do outro lado.
-Não vou me jogar daqui, é alto! – Disse Dianna assustada.
-Eu te seguro, pode pular! – Disse Harry levantando os braços em sua direção.
-Tudo isso por um visco? – Ela riu.
-Tudo isso por nós dois. – Ele sorriu de lado. Sem pensar duas vezes, Dianna se jogou em seus braços, onde foi segurada com força. Os dois se encararam sorrindo.
-O que vamos fazer aqui afinal? – Ela perguntou ainda em seus braços.
-Bom, me deu uma vontade louca de patinar. – Ele disse estendendo o braço que arrancou um visco da árvore. Dianna mordeu os lábios o encarando. -Não tem ninguém pra interromper, e estamos embaixo de uma árvore cheia de viscos, então... –Ele sussurrou se aproximando de Dianna que sorriu. Porém quando eles se aproximaram, um bocado de neve caiu na cabeça de Harry fazendo-o cair junto com Dianna.
-Ai meu Deus, você está bem? – Ela disse tirando a neve de seu rosto.
-Acho que estou amaldiçoado a nunca conseguir te beijar. – Ele riu.
-Acho que sim, vem deixa eu te ajudar! – Ela começou a puxa-lo pelo braço.
-Eu to bem, vamos patinar? – Disse ele sentado na neve.
-Eu não trouxe patins. – Ela se sentou ao seu lado.
-Eu trouxe pra você, mas não tenta me beijar, tá? Senão vai que o gelo se quebra e eu caio na água e congelo. – Ele disse sério e logo depois soltou uma gargalhada quando ela fez cara feia para ele.
-Vamos logo então. – Disse pegando os patins na mochila de Harry que ria observando-a.
-Vamos! – Ele disse pegando seus patins também.
Os dois se levantaram e começaram a brincar enquanto patinavam no lago congelado. Harry tinha uma seção de tombos que faziam Dianna gargalhar. Ele ficava admirado com o equilíbrio de Dianna em cima daquele gelo tão escorregadio. Ela sorria se exibindo pra ele, fazendo até mesmo alguns passos de patinação artística.
-Você não é muito bom nisso, não é? – Ela riu se agachando perto dele que parecia ter desistido de tentar para permanecer ali encarando-a cheia de graciosidade.
-Falta de prática. – Ele disse deitado no gelo. – Tá eu nunca fui bom nisso, mas eu to melhorando. – Ele riu.
-Então por que me trouxe aqui? – Ela se sentou.
-Sua irmã me disse que você ama patinar, mas que desde que sua mãe faleceu você não patinou mais, que era algo que vocês faziam juntas, pensei que seria bom pra você. – Ele se levantou pegando em sua mão.
-Foi bom mesmo, eu me lembrei dela quando peguei os patins. – Ela sorriu encarando o gelo.
-Me desculpe se fui inconveniente. – Pediu.
-Não, você está sendo ótimo, nas tentativas claro, porque na patinação você é péssimo. – Ela gargalhou. – Obrigada. – Disse.
-Aé? Vamos jogar na minha área então. – Ele se pôs de pé. – Que tal um problema enorme de química? – Ele riu.
-Quer saber? – Ela se levantou também. – Eu topo, afinal, Stanford me espera. – Ela pôs a mão na cintura. – Mas sabe que eu sou sua melhor aluna, então cuidado pra eu não te humilhar. – Ela tirou os patins.
-Um aluno superando o mestre? – Ele fez bico. – Acho que não. – Riu.
-Está com medo? – Ela se aproximou.
-Um pouco, sempre que você se aproxima acontece alguma coisa. – Ele a pegou no colo.
-Vai me deixar mal acostuma, Harry Evans. – Ela se balançou em seu colo.
-Vamos ver. – Ele a rodou em seu braços. – Bom, vamos pra onde agora? Vou te deixar escolher. – Ele riu colocando-a no chão.
-Que tal fazermos um boneco de neve bem aqui? – Ela esticou os braços mostrando o lugar.
-É uma boa. – Ele sorriu. – Enquanto isso, pode colocando seu cérebro pra pensar porque eu já sei qual problema eu quero que resolva! – Completou fazendo-a rir.
-Cheguei. – Disse Santana abrindo a porta de casa. – Vamos começar logo com a palhaçada de família unida. – Ela revirou os olhos encarando os pais.
-Tem que parar com isso, Santana, seu comportamento está inaceitável. – Sua mãe, Elena, levantou-se.
-Sempre foi assim, você não tinha se dado conta ainda? – Santana riu sarcástica. -Sempre fui eu a problemática, a filha rebelde. – Ela cruzou os braços.
-Não aguento mais tanto drama, Santana, é melhor tomar jeito, senão eu mesmo vou te dar um jeito. – Disse Roger, seu pai, já exaltado.
-Vai me bater? – Ela riu.
-Como chegamos a esse ponto? – Elena levou as mãos ao rosto.
-Se vocês tivessem me dado mais atenção, e dado valor ao que eu sabia fazer, e me amado, não teríamos esse problema, mãe. – As lágrimas tomaram conta de seus olhos.
-Só queremos o seu bem, minha filha, sempre quisemos, mas você sempre se põe na defensiva, sempre nos deixa sem escolhas, como podemos ajudá-la se você faz isso? – Roger se sentou. -Tentamos melhorar as coisas marcando um natal em família e você nem sequer tentou, foi embora pra casa de outras pessoas. – Roger a encarava.
-Para ter que aturar ele falando das suas realizações e vocês dois babando e dizendo “por que você não é como ele? ” – Santana revirou os olhos. – Eu dispenso. – Ela secou as lágrimas.
-Nunca fizemos isso. – Disse Elena.
-Sempre deixaram claro. – Disse Santana.
-Você está fazendo uma tempestade em copo d’água, Santana, vai ter que parar com isso, porque ele vai voltar a morar aqui com a gente, como era antigamente, e você vai ter que ser agradável querendo ou não. – Roger se levantou berrando as palavras com grosseria.
-Ele vai voltar a morar aqui? – Ela arregalou os olhos carregados de raiva.
-Vai, e aí de você se não se comportar. – Gritou seu pai.
-Eu não sou obrigada a aturar isso. – Ela caminhou em direção ao pai levantando seu tom de voz.
-Enquanto estiver debaixo do meu teto você vai ter que aturar o que eu quiser que você ature. – Ele a encarava com raiva enquanto Elena soltava um suspiro ofegante de tristeza.
-Sabe que eu posso sair daqui não sabe? Foi o que eu sempre quis mesmo, estaria me fazendo um favor. – Santana riu irônica em meio a berros.
-Sabe que eu posso te dar uma surra ainda, não sabe? – Roger levantou a mão.
-JÁ CHEGA! – Gritou Elena. – Quando esse inferno vai acabar? Somos uma família, Santana você é nossa filha, nós te amamos, por que tanto rancor? – Elena levantava o tom de voz descontroladamente.
-Porque ele voltou! – Gritou Santana chorando também. – Agora que estava tudo melhor, agora que eu estava finalmente conseguindo ter um pouco da atenção de vocês dois, ele voltou pra estragar tudo como ele sempre fez. – Ela gritava.
-Cala a boca, Santana. – Disse Roger tentando consolar Elena.
-Eu odeio ele, e eu odeio vocês dois. – Santana gritou fazendo com que Roger desse um tapa em seu rosto. Santana levou as mãos ao rosto assustada com a reação do pai.
-Santana, eu, eu não queria minha filha. – Ele gaguejava. – Você não me deu escolha. – Ele se ajoelhou ao lado de Elena que observava tudo com os olhos arregalados.
-Você já tinha me machucado de muitas formas, pai, mas essa doeu demais. – Santana choramingava ainda com a mão no rosto. – Essa foi a que mais doeu. – Ela se levantou correndo e pegando sua bolsa.
-Santana! – Gritou Elena tentando ir atrás de Santana que bateu a porta.
Harry e Dianna estavam sentados ao lado de seu boneco de neve todo torto que quase desmontava de tão mal feito. Os dois riram encarando os defeitos do boneco e tentavam encontrar um bom nome para ele.
-Que tal tortinho? – Disse Harry.
-Não é legal realçar o defeito dele, vamos ser mais sutis. –Ela sorriu encarando o boneco. – Que tal George? – Ela riu.
-Que tal Harianna? – Ele riu.
-Que nome é esse? – Ela arregalou os olhos.
-A mistura de Harry com Dianna, não é tão ruim vai. – Ele se aproximou de Dianna que se ajeitou em seus braços.
-Que tal Hanna? – Ela o encarou. – É uma combinação melhor pros nossos nomes... – Completou.
-Só se ele for ela! – Ele torceu os lábios. – Tá, gostei de Hanna. – Ele sorriu.
-Então será Hanna! – Ela riu. Em seguida tirou uma foto do boneco pelo celular. Harry a encarou sorrindo.
-Achei que iria querer tirar uma foto comigo. – Harry brincou a encarando.
-Hanna vai se desfazer em breve, então quero achar uma forma de eternizá-la. – Dianna riu.
-Tudo bem, mas... – Harry tirou seu celular do bolso e o estendeu em mãos para tirar uma foto dos dois. Dianna sorriu pra câmera. – Eu quero eternizar esse momento também. – Sorriu.
– Acho melhor irmos né? – Perguntou Dianna sorrindo, após ver a foto que ele havia tirado.
-Tá bom aqui. – Harry a abraçou com força.
-Também acho. – Ela se virou para ele.
-Já te disseram que os seus olhos são lindos? – Ele mordeu os lábios. -Você é linda. – Ele sussurrou passando a mão em seu rosto. – Mas não vou tentar te beijar mais hoje. – Ele riu.
-A escolha é sua. – Dianna riu de volta. -Já está tarde, amor, vamos embora. – Ela se levantou.
-Você me chamou de que? – Ele riu se levantando. Dianna deixou as bochechas corarem. – Eu estou te chamando de amor há dias e estava ansioso pra ouvir você dizer isso também. – Ele completou fazendo Dianna rir.
-Meu amor... – Ela falou de forma intensa fazendo ele suspirar. – Vamos? – Dianna deu uma piscadela e estendeu a mão para ele que logo segurou para caminhar junto a ela. Os dois caminharam até a grade e começaram a escalá-la para chegar do outro lado onde estava estacionado o carro de Harry. Mais uma vez Dianna pulou nos braços de Harry para não cair ao descer da grade. Os dois entraram no carro sorrindo e Harry deu a partida no carro levando-a para a casa dos Young. Quando eles chegaram, Harry estacionou com cuidado em frente à sua casa.
-Será que aqui é seguro? – Ele perguntou fazendo careta.
-Pra que? – Dianna riu.
-Pra tentar te beijar. – Ele se aproximou de Dianna que sorriu também se aproximando.
-HAZZ! – Gritou Duan interrompendo. -Cara, minha mãe tá surtando atrás de você, seus pais ligaram umas dez vezes, porque não conseguiam ligar no seu celular. – Tagarelou Duan sem perceber. Harry bufou.
-Já to indo, Duan.- Disse entre os dentes saindo do carro.
-Eu atrapalhei vocês, né? – Disse Duan para Dianna que encostava a cabeça na janela do carro.
-Sim, mas nada que não tenha acontecido até agora. – Ela riu. -Mas, e aí, como estão as coisas com a Rachel? – Perguntou.
-Não nos falamos mais. – Ele colocou a mão no bolso. – E nem vamos nos falar tão cedo, Bella acabou de chegar de viagem e quer que eu vá à casa dela. – Duan sorriu torto.
-Bom eu já vou. – Dianna pulou para fora do carro. – Boa sorte. – Ela riu.
-Mas e o Harry? – Perguntou Duan.
-Falo com ele depois, deixa ele conversar com a mãe dele. – Ela riu sincera. – Mas se puder avisa pra ele que estou ansiosa pra tentar de novo... – Dianna disse com as bochechas coradas fazendo Duan rir e logo caminhou para seu carro.