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Santana encarava os pais com raiva nos olhos. Sentada no pequeno sofá de sua sala com uma postura um tanto rígida devido a raiva, ela parecia fingir não ouvir o discurso longo de seu pai que tentava fazê-la entender. Assim que ele terminou ela riu irônica. -Eu não aceito isso! – Disse num tom feroz mais intenso que o comum.

 

-Controle seu tom de voz, Santana. – Seu pai disse em fúria. – Você não tem opções, esse Natal será desta maneira, com toda a nossa família unida como sempre foi. – Ele disse com uma das mãos no ar como se buscasse pelo respeito da filha.

 

-Santana... – Chamou sua mãe com a voz chorosa. – Por que tanto rancor? Somos uma família. – Levou as mãos ao rosto para tentar conter as lágrimas que lhe escorriam a face cansada.

 

-Querem saber? – Cerrou os lábios encarando os pais que a essa altura olhavam para a filha, completamente abismados. – Não vou passar o Natal aqui. – Disse.

 

-Você não tem esta opção. – Seu pai se levantou na sua frente, parecendo ainda mais alto.

 

-Ah eu tenho sim. – Santana disse bufando.

 

-Já chega dessa briga, eu não aguento mais isso, me faz mal, será que você não percebe isso, Santana? – Disse a mãe aos prantos, soluçando.

 

-Me desculpe, mamãe, por mais uma vez fazê-la mal, como sempre. – Santana abaixou a cabeça. – Eu vou deixá-los com seu presente de Natal tão amado. – Disse caminhando em direção a porta.

 

-Onde você pensa que vai, Santana? – Seu pai levou as mãos à cintura.

 

-Vou achar um lugar pra passar o Natal. – Ela sorriu falso batendo a porta.

 

-SANTANA! – Seu pai tentou chamá-la em vão.

 

-Deixa. – Disse sua mãe afagando os próprios braços.- Quando é que isso vai acabar, Roger? – Ela correu para os braços do marido que a abraçou fortemente.

 

-Espero que logo, querida. – Ele respondeu com a voz tristonha, enquanto suas mãos passavam pelo cabelo da esposa.

 

 

 

 

 

Giovanna e Duan arrumavam cuidadosamente os enfeites de natal pela bela árvore. Giovanna hora ou outra ficava nas pontas dos pés para alcançar algum lugar mais alto na árvore que era bem maior que ela. Os dois estavam distraídos e empenhados, afinal era algo que faziam com prazer e já havia virado uma espécie de tradição da família, apesar de Carol e Willian estarem muito ocupados com o trabalho, assim como Harry e os dois estivessem fazendo isso sozinhos esse ano.


-Nunca mais deixo essas coisas para a última hora. –Giovanna pôs as mãos na cintura e fitou a árvore toda enfeitada. Duan parou ao seu lado e também fitava a árvore.


-Foram essas provas todas que nos atrapalharam demais também. –Duan se justificou. Giovanna deu um suspiro e pegou a estrela que estava faltando em cima do sofá.

 

-Se agache. –Giovanna pediu cutucando Duan que a encarou.

 

-Você não está um pouco grandinha demais não? –Perguntou rindo.

 

-Esse é o problema, eu não alcanço o topo da árvore, nem você, deixa eu subir vai. –Giovanna pediu fazendo um beicinho. Duan riu e se agachou para que Giovanna subisse em seu ombro, fazendo-a ficar na altura da árvore.

 

-Você engordou do ano passado pra cá, tá comendo o que? –Duan perguntou e recebeu uma tapa de leve na cabeça.

 

-Eu ganhei massa, Duan, massa, eu não vou ser gorda que nem você era não, nunca fui. Agora anda, chega perto da árvore pra eu colocar logo a estrela. –Giovanna pediu e assim Duan o fez.

 

-Anda, Gio, você tá pesada, olha o seu tamanho, como pode? –Duan dizia enquanto Giovanna se esticava para pôr a estrela no topo da árvore.

 

-Só mais um pouco, Du. –Giovanna pediu e conseguiu colocar a estrela prata no topo da árvore. –Prontinho! –Exclamou e bateu palmas.

 

-Nossa que cena linda, digna de filme. –A voz de Santana assustou Duan fazendo-o soltar Giovanna e deixando-a cair no chão. Os dois se assustarem ao ouvir o baque de Giovanna caindo ao chão.

 

-QUAL É O SEU PROBLEMA, DUAN??? –Giovanna gritou caída no chão. O irmão e Santana foram logo socorrer.

 

-Desculpa, Gio, eu me assustei com a Santana, ela apareceu do nada. –Ele se justificou. –Você tá bem? –Perguntou passando a mão pela perna de Giovanna procurando algum machucado.

 

-Estou, já sou acostumada a cair. –Giovanna disse se levantando.

 

-Desculpa, não era essa a minha intenção. –Santana se desculpou tímida, olhando seus próprios pés.

 

-Não tudo bem, você já é de casa mesmo. –Giovanna disse e deu um abraço em sua amiga.

 

-Mas vê se bate na porta pelo menos da próxima vez. –Duan reclamou jogando-se no sofá.

 

-Desculpa, presuntinho. –Santana deu um sorriso falso para Duan que a ignorou e ligou a TV.-Gio, eu vim aqui pedir um favor. –Santana disse calmamente, seu tom naturalmente arrogante não estava mais ali.

-Pode pedir. –Giovanna respondeu docemente se agachando e começando a guardar os enfeites que estavam espalhados pelo chão.

 

-Posso passar o natal com vocês? –Santana pediu tímida, encarando seus pés.

 

-Mas é claro. –Giovanna respondeu feliz. –Mas por que você não vai passar com a sua família? –Perguntou curiosa.

 

-Ah.... Alguns probleminhas voltaram. –Santana desviou do assunto.

 

-Eu pensei que você não gostasse do natal – Disse Duan. - Que fosse tipo o Grinch. –Soltou uma gargalhada.

-Sabe, Duan, se eu fosse você tomava cuidado, nessa época do ano é quando os porquinhos vão parar na mesa de jantar. –Santana disse, fazendo Giovanna rir compulsivamente e Duan sair da sala com o rosto vermelho de raiva.

 

-Você é tão cruel, Santana. –Giovanna empilhou algumas caixas o restante de enfeites.

 

-Eu sei. –Sorriu de lado. –Enfim, você quer ajuda com os presentes? –Santana perguntou sentando-se no sofá.

 

-Claro, vamos lá em cima pegar as coisas. –Giovanna disse puxando Santana pela mão e levando-a pela escada acima.

Duan ao chegar em seu quarto pegou o celular sobre a escrivaninha e discou um número conhecido para ele. Depois de alguns segundos chamando, finalmente Bella atendeu ao telefone num tom grosseiro o que o fez suspirar.

 

-Bella, já estamos sem nos falar direito há dois dias, quando é que você vai parar com isso? – Ele perguntou enquanto coçava os olhos.

 

-Isso é para que você perceba o quanto estou magoada com você, Duan, o quanto você me fez mal com toda essa história com aquela garota ridícula! – Belatrix tinha um tom tristonho.

 

-Vamos conversar, por favor, eu quero ficar bem e me desculpar por ter te deixado tão mal assim! – Duan disse carinhoso, despertando um sorriso maldoso em Bella.

 

-Não vai dar. – Bella suspirou. – Conversei com os meus pais sobre o que houve e como eu estava muito triste eles acharam melhor nós viajarmos sabe? Paris é belíssima no Natal, e eu preciso de alguns dias lá, me recuperando da sua tentativa de traição. – Bella fez uma voz falsa como se aquilo a deixasse extremamente triste.

 

-Então você vai passar o Natal em Paris de novo... – Duan disse como se isso fosse alguma novidade pra ele.

 

-Sim, e estamos indo viajar ainda hoje, então eu faltarei algumas aulas, nenhum problema pra mim que estou com notas ótimas. – Ela comentou. – De qualquer forma, ainda estou muito triste com o que houve, e espero que quando eu voltar eu não tenha nenhuma novidade suja sobre você e aquela nerd. – Completou.

 

-Não terá. – Duan disse seco.

 

-Muito bem. – Bella sorriu. – Conversaremos sobre tudo isso quando eu voltar e estiver mais calma. – Disse.

 

-Tudo bem, Bella. – Duan falava sem nenhum entusiasmo.

 

-Apesar do que você fez, eu ainda amo você. – Belatrix forçou o tom mais carinhoso que tinha.

 

-Eu amo você também, e de novo me desculpe, meu amor. – Duan sorriu.

 

-Falamos disso depois. – Bella foi grosseira e desligou, fazendo Duan bufar.

              Capítulo 7

A merry Merry Christmas

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