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           Capítulo 3

      She will be loved

Michael estava encostado em um dos armários, paginando um livro de história. Giovanna ao avistá-lo correu em sua direção, mas após perceber sua afobação, logo tratou de desacelerar o passo. Ajeitou os cabelos castanhos, jogando-os pra frente, cobrindo parte de seu uniforme. Com uma das mãos na cintura ela foi até ele na maior calma que conseguiu encontrar em si.

 

-Oi. – Ela chamou sua atenção, fazendo-o desviar os olhos do livro.

 

-Ah, oi... – Mike respondeu sem graça com um sorriso torto. Giovanna sorriu.

 

-Então, eu queria agradecer mais uma vez pelo que você fez por mim na festa. – Giovanna abriu um sorriso admirável.

 

-Tudo bem, você já me agradeceu e eu já disse que não foi nada. – Mike sorriu também. O sorriso de Mike era verdadeiramente encantador, seus dentes brilhantes ressaltavam na pele morena. Aqueles grandes olhos negros que encaravam Giovanna faziam-na corar mesmo sem querer.

 

-Bom...Você já sabe que extracurriculares vai fazer pra faculdade? – Giovanna limpou a garganta antes de falar, buscando sair do transe que o aroma do perfume de Mike lhe fizera entrar.

 

-Clube de luta. – Michael levantou as sobrancelhas para fazer uma careta.

 

-Já vi onde aprendeu a lutar. – Giovanna riu levando alguns fios de cabelos rebeldes pra trás da orelha.

 

-Também vou tentar entrar pro futebol. – Mike sorriu.

 

-Meu irmão é do time, é quarterback, posso falar com ele pra ele te ajudar a entrar. – Giovanna começou a caminhar ao lado de Michael.

 

-Não precisa, mas obrigado. – Ele sorriu em agradecimento. – Irmão mais novo? – Perguntou.

 

-Gêmeo. – Giovanna sorriu.

 

-Legal, nunca conheci gêmeos. – Mike riu.

 

-Você o viu na festa... – Giovanna começou a falar. – Você sabe, quando ele socou a barriga do Jeremy. – Completou um tanto sem graça.

 

-Ah, verdade, eu não devo ter dado a devida atenção, fiquei muito empolgado de ver alguém continuar batendo naquele imbecil. –Mike riu fazendo Giovanna rir também. – São muito parecidos? – Perguntou.

 

-Bom, acho que sim, tirando que ele tem quase dois metros de altura e eu não chego a 1,60m, acho que somos parecidos. – Giovanna riu, fazendo Mike gargalhar.

 

-Mais alguma diferença boba? – Perguntou.

 

-Os olhos dele são azuis e os meus verdes. – Giovanna arqueou a sobrancelha.

 

-Seus olhos são lindos. – Michael parou para encará-la, fazendo Giovanna corar novamente. Ele mordeu os lábios, mas logo foram interrompidos pela voz grosseira de Santana, que estava ali parada na frente deles, com as mãos na cintura, e um bico maior que de pato.

 

-Posso saber o que está fazendo aqui? – Santana disse grosseira.

 

-Ah oi, Sants. – Giovanna sorriu. – Esse é o Mike, ele é novo aqui. – Giovanna o encarou com um semblante alegre.

 

-Pois é, deu pra perceber. – Santana rolou os olhos. – Você não deveria estar na aula de Geopolíticas? – Santana entortou a cabeça.

 

-Nossa, eu me desliguei, você tem razão, eu tenho que ir pra aula. – Giovanna arregalou os olhos ao encarar o relógio enorme preso no alto da parede. – Tchau, Sants, até o treino. E ... Tchau, Mike. – Giovanna deu um tchau com uma das mãos enquanto a outra segurava os livros.

 

-Tchau, Giovanna. – Mike respondeu num tom sedutor. Quando Giovanna sumiu numa curva do corredor, Santana jogou Mike contra o armário com uma das mãos, pegando-o desprevenido.

 

-Nem pense em se engraçar com ela, porque isso eu não admito, ela é minha melhor amiga e eu acho muito bom nem pensar em se envolver com ela. – Santana fez um olhar maldoso para Mike que rapidamente se soltou com ajuda de seus braços marcados por músculos.

 

-Ciúmes? – Ele riu.

 

-Não interessa, deixa a Giovanna fora disso, não vai criar um problema entre nós duas, não por causa de você, não vale a pena. – Ela rolou os olhos.

 

-E o que vale a pena pra você? – Michael cruzou os braços.

 

-Nada que envolva você. – Santana começou a caminhar. – Ah, e.... ai de você se abrir a boca pra ela, sabe que tem motivos pra ser um segredo, e vai continuar assim. – Santana se voltou para lhe falar, e em seguida passou a caminhar rapidamente pelos corredores que estavam vazios devido a hora. Mike bufou observando-a sumir numa nova curva de corredores, e logo se pôs a caminhar também.

 

 

 

 

 

A área verde do colégio era vasta o suficiente para abrigar um número enorme de alunos, bancos, lixeiras, bebedouros e chafarizes. Todos pareciam simplesmente gostar de se sentar ali fosse entre uma aula e outra ou no horário do lanche, era simplesmente agradável sentir o sol quente aquecendo o corpo, juntamente a brisa suave vinda das árvores. Daniel caminhava descontraído pelo pátio, ele carregava apenas sua mochila nas costas e caminhava na direção dos amigos desde que os avistou de longe. -E aí? – Disse Danny alcançando-os. Eles rapidamente pararam de conversar para levar suas atenções a ele.

 

-Olha só quem chegou, queremos te apresentar o aluno novo. – Disse Paul sorrindo.

 

-Esse é o Raj, ele é da Índia, não é legal? – Disse Neill.

 

-E aí cara? É dos nossos? – Riu Danny apertando a mão de Raj que retribuiu o sorriso.

 

-Bom, me disseram que vocês são os nerds então, sim sou um de vocês. – Ele disse sorrindo.

 

-Prazer meu nome é Daniel, mas pode me chamar de Danny. – Danny se sentou ao lado de Raj.

 

-É um prazer te conhecer. – Raj se ajeitou. – Vocês sempre sentam no chão? – Ele perguntou confuso.

 

-Não, só quando a aula não começa ainda. – Disse Jenny se jogando em cima de Paul.

 

-Bom, na Índia as coisas são bem diferentes daqui. – Raj mordeu os lábios. – As mulheres não podem se vestir assim e nem se jogar em cima de rapazes dessa maneira, não é coisa de mulheres sérias. – Ele cruzou os dedos.

 

-Bom, vai aprender que aqui as coisas são bem diferentes disso. – Paul riu.

 

-E acho que você vai gostar. – Disse Danny que de repente encarou Dianna que andava pelo pátio com alguns livros nas mãos. Ele havia faltado o primeiro tempo hoje por isso não sabia quem era ela, mas ali, agora ele simplesmente queria saber. -Quem é ela? - Ele se pôs de pé ainda a encarando.

 

-Acho que o nome dela é Dianna Allen. – Disse Charlie levantando a sobrancelha.

 

-Ela é linda. – Danny caminhou em sua direção. Dianna tropeçou deixando alguns livros cair. Daniel percebendo correu até ela.

 

-Oi, deixa eu te ajudar... - Daniel se aproximou pegando seus livros.

 

-O que ele está fazendo? – Perguntou Raj confuso.

 

-Acho que ele foi fisgado. – Paul riu.

 

-Logo por quem. – Charlie revirou os olhos.

 

-O que é ser fisgado? – Perguntou Raj.

 

-Quer dizer que ele se apaixonou só de olhar pra ela, também pudera, ela é linda. – Disse Neill.  Após as palavras de Neill todos voltaram a observar Daniel que ajudava Dianna a pegar os livros que ela deixara cair no chão. Jenny bufou.

 

-Obrigada por me ajudar. – Disse Dianna sorrindo. – Deve estar rindo do meu desastre. – Completou simpática.

 

-Daniel. – Ele sorriu. – Danny. – Fortificou. – Não precisa agradecer, me identifico com pessoas desastradas. – Daniel pode sentir que a olhou de uma forma um tanto intensa o que a fez corar.

 

-Dianna. – Ela estendeu a mão para ele apertar.

 

-É um prazer. – Ele apertou sua mão. -Mas e então? Você é nova aqui, né? – Ele gaguejou um pouco.

 

-Sim, não vim na primeira semana de aula, eu ainda estou um pouco perdida. – Ela torceu os lábios.

 

-Já se encaixou em alguma panelinha pelo menos? – Ele riu dando os livros para Dianna.

 

-Não. – Ela riu.

 

-Então vai ter que se encontrar, as coisas não se misturam muito por aqui. – Ele sorriu se levantando.

 

-Deu pra perceber. – Ela disse sorrindo até que avistou Harry, o professor de química de longe e o encarou por alguns segundos.

 

-O que você sabe fazer?  - Perguntou Danny sem reparar em sua distração. Ela não respondeu, ainda distraída. –Dianna? – Daniel chamou sua atenção.

 

-Ah, me desculpe eu me distrai, o que você disse? – Ela balançou a cabeça.

 

-Perguntei o que você sabe fazer, quem sabe eu posso te ajudar a encontrar sua panelinha. – Ele riu.

 

-Bom, eu amo química. –Ela começou.

 

-Que bom, isso quer dizer que você pode entrar pra minha equipe de nerds. – Ele riu.

 

-Acho que sim. – Ela sorriu. – Sou boa em ginástica também, na verdade eu estava procurando o auditório, vou fazer teste para a torcida. – Ela o encarou sorrindo.

 

-Vai entrar pras cheers? – Ele disse desanimado. -Não sabia que estavam fazendo audições. – Ele arqueou a sobrancelha.

 

-Pois é, eu vi um cartaz no corredor, pensei em tentar. Pode me mostrar onde fica o auditório? – Ela o encarou.

 

-Claro, posso sim. – Ele mordeu os lábios.

 

-Está tudo bem? – Ela perguntou colocando a mão no ombro de Danny que sorriu.

 

-Eu realmente gostei de você, espero que a gente continue se falando caso você entre para a torcida. – Ele sorriu.

 

-Por que não continuaríamos? Tenho meu lado nerd, esqueceu? – Ela fez força para segurar melhor os livros.

 

-Quer ajuda? – Perguntou.

 

-Por favor. – Ela riu entregando alguns livros na mão de Danny que sorriu de ponta a ponta.

 

-E aí? – Disse Jenny se aproximando. – Dianna, não é? – Ela sorriu.

 

-Sim. – Dianna disse sorrindo.

 

-Jennifer, mas pode me chamar de Jenny. – Ela sorriu. – Esses são Paul, Charlie, Neill e Raj, o mais novo membro do grupo dos nerds. – Ela sorriu.

 

-É um prazer. – Dianna sorriu pra todos de forma carinhosa.

 

-Você é boa em química, né? – Disse Paul sorrindo.

 

-Sim. – Dianna mordeu os lábios.

 

-Eu percebi, foi muito bem na aula do Sr Evans. – Ele fez sinal de positivo com a mão.

 

-Mas e aí vai ser uma das nossas? – Perguntou Jenny um pouco enciumada.

 

-Não, ela é uma das cheers. – Daniel disse encarando-a com um belo sorriso, enquanto todos agora caminhavam em direção ao auditório.

 

-Não tem cara de líder de torcida. – Disse Charlie revirando os olhos.

 

-Não liga pra ela, tudo o que ela quer é ser líder de torcida, mas a Belatrix, a capitã não é muito humana se é que me entende. – Disse Danny olhando para Charlie de cara feia.

 

-Mas ela tem potencial. – Defendeu Neill ajeitando os óculos.

 

-Não preciso da sua defesa, Neill. – Reclamou Charlie fazendo bico.

 

-Belatrix a faz de capacho com a promessa de que ela entrará para a equipe e ela realmente acreditou que conseguiria isso agora que a Ashley saiu, mas a Bella abriu audições, ou seja, ela não pensou nela, não ligue. – Jenny riu.

 

-Eu ainda tenho chances. – Disse Charlie dando as costas.

 

-Entendi. – Dianna riu. – Pelo visto essa Belatrix é bem exigente, mas eu acho que consigo. – Ela fez careta.

 

-Ainda não conheceu a Bella. – Disse Neill torcendo os lábios.

 

-Eu era capitã na minha antiga escola. – Dianna os encarou.

 

-Nossa. – Disse Paul. – Então com certeza vai conseguir, boa sorte, Dianna, você deve ser a cheerleader mais legal que já conheci. – Paul cruzou os braços.

 

-Obrigada, bom eu tenho que ir, vou fazer o teste, desejem-me sorte. – Ela deu uma piscadinha começando a caminhar. – Ah, meus livros. – Ela voltou correndo na direção de Danny que suspirou. – Obrigada, Daniel. – Ela deu um beijo em sua bochecha que corou e logo correu em direção ao prédio principal da escola.

 

-Cadê aquele papo de que nenhuma líder de torcida vale a pena? – Jennifer disse grosseiramente encarando Danny que sorria frouxo.

 

-Como ela consegue ser tão linda e tão simpática e ainda assim ser uma cheerleader? – Riu Danny.

 

-Pelo visto ela é diferente. – Disse Paul pulando em suas costas. – Para sala, Daniel, o mais novo bobão apaixonado do time. – Ele riu.

 

-Cala a boca vai. – Disse Danny encarando Dianna que caminhava já longe em direção ao auditório.

 

-O que são Cheerleaders? – Perguntou Raj.

 

-Vai entender logo meu amigo. Apenas torça para não se render aos encantos de alguma delas. – Disse Paul dando um tapinha em suas costas. Eles caminharam em direção a sala de aula.

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