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            Capítulo 10

     Surprise, I love you

Alguns dias se passaram, e as coisas pareciam mais calmas em todo o colégio. Dianna e Harry se evitavam, assim como Candy e Paul. Era exatamente meia noite, a lua brilhava no alto do céu de fevereiro, anunciando um novo dia, um dia especial para Dianna que completara 17 anos. Ela estava sentada em sua varanda, admirando aquele brilho que lhe iluminava os olhos. O vento fazia seus cabelos voarem enquanto ela sentava em uma poltrona rosa salmão, situada bem na frente da porta da varanda. Dianna estava concentrada, como sempre costumava fazer nessa noite, olhava pra lua para se lembrar da mãe que sempre a acordava meia noite para lhe dar os parabéns. Apesar da saudade, seus lábios formavam um sorriso sincero, mas ela logo foi despertada de seu transe quando o telefone tocou. Seu pulo de susto na fofa poltrona a fez rir de si mesma. Ela rapidamente se dirigiu para dentro do quarto pegando o telefone antes que entrasse na mensagem eletrônica.

 

-Alô? – Sua voz soou desconfiada pelo horário.

 

-PARABÉNS! -Gritou Giovanna do outro lado da linha. Os olhos de Dianna brilharam tanto quanto seu sorriso.

 

-Gio, obrigada! – Ela riu ao telefone.

 

-Muitas felicidades, muitos anos de vida, que Deus abençoe você, Didi! – Giovanna vibrou contagiando Dianna.

 

-Você não existe. – Dianna rolou os olhos ainda sorrindo.

 

-Vamos almoçar juntas pra comemorar, pode ser? – Giovanna perguntou com tom esperto.

 

-Pode ser. – Dianna respondeu delicadamente. – Espera Gio, tem outra ligação entrando. – Dianna encarou o número desconhecido.

 

-Tudo bem. Amanhã, aliás, mais tarde conversamos na escola, eu te espero, aniversariante! – Giovanna disse se despedindo.

 

-Até daqui a pouco, Gio! – Dianna riu.

 

-Até, beijos. – Giovanna desligou dando lugar a outra ligação.

 

-Alô? – Disse Dianna. O silencio do outro lado do telefone a assustou. -Alô? – Perguntou novamente recebendo um longo suspiro como resposta. Ela suspirou, tinha em mente uma única pessoa para estar com tanta dificuldade de respondê-la, mas era loucura, ainda assim ela resolveu arriscar. – Harry? – Sua voz tremeu saindo dolorosa pela garganta.

 

-Pode chegar até a varanda? – Sua voz entregou por completo a suspeita de Dianna.

 

-Por quê? – Ela disse séria.

 

-Por favor. – Pediu Harry quase que numa súplica do outro lado da linha. Dianna carregou o telefone sem fio até a varanda. Ela estava de pijama, por isso jogou sobre os ombros o seu roupão de seda. Ela se debruçou com cuidado na grade para poder avistá-lo. Ele estava ali parado, com uma das mãos segurando o telefone enquanto a outra estava dentro do bolso da calça jeans. Uma camisa polo azul marinha lhe realçava os músculos. Dianna suspirou ao vê-lo.

 

-O que você quer? – Ela disse quase num sussurro e desligou o telefone que logo fora jogado sobre a poltrona.

 

-Pode descer? – Ele a encarou sério. Suas palavras fizeram Dianna rir debochada.

 

-Está brincando, não é? – Dianna revirou os olhos.

 

-Queria estar. – Harry coçou a testa demonstrando o quão nervoso estava. – Dianna, sei que eu não mereço sua confiança ainda mais nessa altura do campeonato, mas, por favor, me dá uma chance, desça aqui, por favor, preciso te mostrar uma coisa. – Harry sorriu de canto o que roubou um suspiro inesperado de Dianna que em seguida encarou o vazio como se pensasse firmemente em aceitar sua proposta.

 

-Por que eu deveria confiar em você? – Dianna sorriu de canto. – Você me deu um fora, me mandou ficar longe, e está com a tal da Chloe agora, quer brincar comigo de novo? – Suas palavras rudes fizeram Harry encarar os próprios pés.

 

-É a última coisa que eu te peço, Dianna. – Ele a encarou novamente. Dianna revirou os olhos e adentrou novamente ao quarto. Correu para o armário de onde tirou uma calça jeans que em questão de segundos já estava em seu corpo. Logo seu pijama estava jogado sobre a cama, e agora ela também já estava com uma blusa branca, fechada com botões na frente, e por cima um casaco vermelho e nos pés uma sapatilha. O cabelo ela prendeu apenas pela metade, deixando alguns fios soltos. Ela caminhou vagarosamente até a varanda, onde uma escada de madeira estava encostada para que ela pudesse descer. Cuidadosamente ela pôs um dos pés para o lado de fora da varanda, apoiando-o sobre um dos degraus da escada. Harry segurava a ponta da escada para mantê-la firme enquanto Dianna descia pela mesma. Antes que seus pés tocassem o chão, Harry pôs suas mãos delicadamente sobre a cintura de Dianna, segurando-a firme para ela descer, e então ele a virou pra si. Seus olhos se encararam como na primeira vez que se viram. Para ambos, naquelas circunstâncias aquilo era uma tortura, mas agora, ali sobre aquela lua tão brilhante, e as estrelas radiantes em sua volta era como se tudo estivesse bem por um momento.

 

-Feliz aniversário. – Harry sussurrou sem tirar seus olhos dos de Dianna.

 

-Obrigada. – Ela engoliu a seco. Não conseguia se desprender de suas mãos nem mesmo se quisesse. Harry a segurava firmemente, porém ainda assim de forma delicada a trazendo pra perto cada vez mais.

 

-Confia em mim. – Ele pediu sério. Dianna não respondeu, apenas abaixou a cabeça conseguindo finalmente se soltar dos encantos e das mãos dele.

 

-O que quer me mostrar? – Dianna mudou de assunto ainda séria.

 

-Você vai ver. – Harry sorriu de canto e a puxou pela mão até seu carro que estava estacionado atrás de algumas árvores para não ser notado. Dianna não hesitou em entrar no carro, mas estava completamente confusa, atordoada e até mesmo assustada com a empolgação repentina de Harry. Durante o caminho para o misterioso lugar, ambos permaneceram calados, Harry com total atenção na estrada, e Dianna admirando as estrelas pela janela, porém com o pensamento que buscava entender o que dera em Harry para praticamente raptá-la daquela forma, depois de tudo. Quando o carro estacionou na frente de um belo cais, os olhos de Dianna paralisaram admirando a paisagem. As luzes fortes das lâmpadas amareladas faziam o mar sobressair na paisagem. Ela desceu calmamente do carro e caminhou para mais perto da ponte. Harry a seguiu sem dizer nada, com as mãos no bolso como de costume.

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-Que lindo. – Dianna suspirou encarando o lugar.

 

-Quando estávamos juntos...-Harry limpou a garganta. – Eu planejei te trazer aqui no dia do seu aniversário, pra ficarmos olhando o mar juntos, a noite toda, sobre as estrelas. – Harry se aproximou de Dianna que tinha seus olhos firmes nele.

 

-Mas não estamos mais juntos. Por que me trouxe aqui? – Dianna cerrou os lábios.

 

-Porque eu precisava fazer isso senão enlouqueceria. – Harry riu se aproximando ainda mais.

 

-Você tem namorada. – Dianna sorriu arqueando a sobrancelha.

 

-Eu sei e isso também me enlouquece. – Agora Harry estava parado na frente de Dianna. – Eu comprei isso pra você antes de terminarmos. – Ele tirou do bolso uma caixinha pequena. Ela era vermelha com um laço dourado em cima. Os olhos de Dianna fitaram fielmente a caixinha que logo estava sobre suas mãos. Ela abriu cuidadosamente e logo seus olhos brilharam. Com a outra mão ela puxou uma gargantilha dupla que continha um pouco acima um cadeado e pendurado mais abaixo uma chave. Os pingentes eram delicadamente pequenos. O ouro pelo qual eram feitos brilhava ainda mais sobre as luzes do cais. Uma pequena pedra branca brilhava num detalhe da pequena chave. Harry pegou cuidadosamente a gargantilha das mãos de Dianna e a colocou sobre seu pescoço.  Quando suas mãos calmamente encaixaram o fecho depositando finalmente o cordão em Dianna suas mãos retornaram passando pelo rosto dela. Dianna não pôde conter fechar os olhos por um segundo, mas logo voltou a encará-lo. As mãos de Harry estavam geladas, tremiam como se o contato entre os dois causasse um choque.

 

-Por que você tá fazendo isso? – Dianna sussurrou ainda sentindo suas mãos acariciarem as maçãs do rosto.

 

-Eu não consigo ficar longe de você. -Harry se denunciou dando um longo suspiro em seguida. – Já não falo com você a sós, há três semanas. – Ele disse entre os dentes.

 

-Já está longe de mim. – Dianna engoliu a seco.

 

-E isso tem me matado cada dia mais. – Harry puxou seu rosto pra perto do dele. – Uma trégua? Pelo seu aniversário. – Mordeu os lábios.

 

-E a Chloe? – Dianna disse quase de olhos fechados devido à proximidade dos lábios de Harry sobre os seus.

 

-Dianna, por favor... – Harry pediu. – Me deixa ter você só mais essa noite e depois eu juro que sumo e deixo você viver em paz. – Pediu.

 

-Fala como se eu tivesse te mandado ir embora, foi você quem terminou. – Dianna o fitou raivosa.

 

-Eu sei disso, mas eu só fiz porque precisava, porque não quero te prejudicar. – Harry bufou.

 

-Me prejudica ficar longe de você e ter que te ver com outra. – Dianna se soltou de suas mãos e caminhou até a ponta da ponte de madeira. Harry não hesitou em segui-la.

 

-Dianna, por favor, não faz isso comigo! – Pediu seguindo-a.

 

-Não fazer isso com você? Harry...- Dianna riu. – Você fez isso comigo, fez isso com a gente, não tem o direito de me fazer sentir isso de novo e amanhã ir embora como se nada tivesse acontecido. – Seus olhos agora eram raivosos, sem nenhuma fragilidade o que assustou Harry. – Já chega, Harry, eu adorei o presente, obrigada, mas eu tenho que ir embora. – Dianna deu meia volta dando um esbarrão leve no ombro de Harry que parecia mais fraco que ela.

 

-Esse pingente de chave se solta do cordão. – Harry disse de costas fazendo Dianna parar no meio do caminho para escutá-lo. – É pra você dar pro cara que ganhar seu coração, e aí pôr a letra inicial do nome dele no lugar. – Sua voz era fraca, como se sentisse dor. Dianna não sabia o que dizer. – Eu pensei que seria eu. – Ele riu de leve. – Até já tinha comprado um “H” pra quando você me entregasse a chave. – Os olhos de Dianna encheram d’água, mas ela segurou firmemente para não as deixar escapar. – Espero que só entregue essa chave quando tiver certeza de que esse cara a ame tanto quanto você o ama. Pode me prometer isso? – Harry perguntou num tom autoritário após limpar a garganta.

 

-Obrigada, Harry. – Dianna voltou a lhe dar as costas e caminhar na direção da estrada.

 

-Dianna! – Harry chamou fazendo-a virar. – Deixa eu te levar pra casa, está tarde, é perigoso você ir sozinha. – Ele caminhou até ela.

 

-Não precisa, Harry. – Dianna sorriu. – Mais perigoso ainda é arriscar não resistir as suas tentativas de me machucar de novo. – Suas palavras causaram um impacto cruel em Harry que automaticamente parou de caminhar e a encarou com expressão boquiaberta. Dianna lhe deu as costas e começou a caminhar sozinha pela escuridão da estrada deserta. Depois de longos e intermináveis minutos caminhando um tanto que perdida, Dianna avistou um carro parando ao seu lado, e o susto foi inevitável. Seus olhos se arregalaram como nunca, pôde sentir um frio arrepiar todos seus poros. Mas o alívio foi imediato ao avistar dentro do carro um sorriso conhecido. Era Daniel, com seu olhar carinhoso de sempre.

 

-Quer uma carona, senhorita? – Danny sorriu de dentro do carro.

 

-Eu vou aceitar. – Dianna riu de volta enquanto passava uma das mãos no cabelo e a outra tocava a região do peito como se buscasse tocar seu coração para acalmá-lo. Começou a dar a volta no carro para entrar.

 

-O que está fazendo sozinha por aqui uma hora dessas? – Danny a encarou dando a partida no carro.

 

-Bom, acho que nem eu sei bem o que estou fazendo aqui. – Dianna rolou os olhos.

 

-Bom, fico feliz de ter sido eu quem a encontrei vagando por aí sem saber o que está fazendo. – Seu sorriso contagiou Dianna. Daniel era simpático, inteligente e muito bonito, tinha cabelos castanhos que caíam perfeitamente sobre a testa, os olhos também castanhos, porém mais claros, tinham um brilho de felicidade que sempre fazia Dianna sorrir. Mas o que mais marcava a aparência de Danny era o belo sorriso que carregava sempre, e toda vez que ele se fazia presente trazia consigo um ar de inteligência encantador, como se ele pudesse dizer “eu sou demais”.

 

-Também fico feliz que tenha sido você. E você, o que faz por aqui uma hora dessas? Não me diga que estava numa noitada. – Ela respondeu carinhosa antes de rir, fazendo ele rir também.

 

-Antes fosse, mas na verdade era só o aniversário da minha tia avó, meus pais resolveram dormir lá, mas como tenho um trabalho pra fazer muito cedo com o Neill, achei melhor voltar pra casa. – Ele riu. - Bom, e isso é melhor ainda porque posso ser o primeiro a te dar feliz aniversário! – Daniel sorriu enquanto parava o carro num sinal vermelho. Seus olhos se dirigiram para Dianna que abriu um enorme sorriso em troca. -Feliz aniversário, Di. – Ele a abraçou e em seguida depositou um beijo em sua bochecha. Ainda perto de Dianna ele abriu um daqueles sorrisos de lado que era sua especialidade.-Eu fui o primeiro? – Perguntou.

 

-Não. – Dianna gargalhou. – Foi a Gio, ela me ligou quando deu meia noite. – Dianna respondeu simpática enquanto Daniel voltava suas atenções novamente para o volante.

 

-Ué, mas vai dar uma hora agora, como você chegou tão rápido por essas bandas se quanto era meia noite ainda estava em casa? – Danny arqueou uma das sobrancelhas. Sua pergunta demonstrou com clareza um desagrado em Dianna que ficou séria de repente. Ela não sabia o que responder, nem sabia se queria responder. – Desculpa, eu não quis me meter, é que achei estranho e pensei alto, me desculpa. – Pediu Danny com medo de ter magoado Dianna.

 

-Tudo bem. – Dianna respondeu sem graça.

 

-Bom, mesmo que eu não tenha sido o primeiro, pelo menos fui o segundo. – Danny riu. Dianna corou por um minuto, mas preferiu disfarçar abaixando a cabeça.

 

-É foi sim. – Mentiu. Danny pareceu não perceber a mudança repentina de branco para rosa de sua bochecha, porém se havia percebido não comentou nada. Os dois foram rindo e conversando até a porta da casa de Dianna, o que não demorou mais de quinze minutos para chegar. Danny estacionou cuidadosamente o carro um pouco à frente do portão de Dianna para que o pai não visse a movimentação ou não escutasse o barulho do motor.

 

-Vou ter que subir pela escada. – Dianna riu saindo do carro.

 

-Eu te ajudo, seguro pra você. – Daniel saiu em seguida caminhando ao lado de Dianna até debaixo de sua varanda. Dianna se virou pra ele antes de começar a subir.

 

-Obrigada por tudo, Danny. – Ela se aproximou para dar um beijo na bochecha de Danny que corou. Ela se virou pra subir, mas Daniel pegou delicadamente seu braço e a virou pra ele.

 

-Dianna, espera. – Pediu encarando-a.

 

-O que houve? – Dianna arqueou a sobrancelha.

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-Eu te amo. – Danny foi direto ao ponto, como ainda não tinha tido coragem até então. – Desde a primeira vez que te vi. Sempre achei loucura, mas me apaixonei à primeira vista por você. – Dianna encarava firmemente o modo como Daniel sorria enquanto falava do seu amor por ela. – Eu sei que não sou o cara ideal, sou só um nerd, mas quero te fazer feliz. Quero poder dizer pra todos que sou eu o cara quem te faz feliz. – Danny sorria em meio a cada frase percebendo que Dianna se derretia cada vez mais indefesa em suas mãos.

 

-Danny... – Dianna tentou falar, mas logo fora interrompida pela voz suave de Danny.

 

-Só me dá uma chance. Deixa eu provar pra você que eu te amo e que eu posso ser um ótimo namorado pra você. – Danny depositou com todo o cuidado suas mãos sobre o rosto de Dianna que sorriu sem graça. -Deixa? – Ele perguntou mais uma vez se aproximando. Dianna hesitou por um momento, ainda encarando o castanho dos olhos de Daniel com o pensamento em Harry. – Por favor. – Daniel pediu. – Quero te fazer feliz...-Sussurrou encostando-a contra seu peito. Dianna suspirou longamente e balançou a cabeça em sinal positivo, com um sorriso bobo nos lábios. Daniel se apressou e depositou-lhe um beijo. As mãos de Daniel seguravam fielmente o rosto de Dianna, porém uma delas ele levou a sua nuca, por baixo de longos fios de cabelo. Dianna atordoada levou suas mãos ao redor do pescoço de Danny. O beijo durou pouco mais de um minuto, foi o tempo necessário para ambos precisarem pegar um pouco de ar. Danny parecia não conseguir parar de beijar Dianna, depositava leves selinhos enquanto respirava, o que fazia Dianna sorrir. Por um momento Dianna sentiu o coração apertar. Estava com o cordão de Harry no pescoço, e com todo o amor por ele no peito. Fingir que ele não existia era tanta loucura assim? Parecia ser. Ela se afastou sorrindo, disfarçando a confusão que rodeava sua cabeça cansada.

 

-Eu tenho que subir. – Dianna sorriu depositando um selinho nos lábios sorridentes de Danny.

 

-Deixa eu te dar um presente antes? – Danny pegou a mão de Dianna com uma das mãos e a outra levou ao bolso. Tirou dela uma pequena caixinha cor de rosa, com um laço branco em cima. Dianna sorriu encarando o presente. -Eu espero que você goste. – Danny sorriu tirando uma gargantilha da caixinha. Dianna desfez o sorriso nos lábios em questão de segundos. Era uma bela gargantilha, feita de ouro assim como a de Harry. O pingente era um pequeno coração banhado a ouro branco. Dianna soltou um leve sorriso ao encará-lo, mas tremeu quando Danny levou as mãos em torno de seu pescoço para tirar o cordão de Harry. Ao abrir do fecho Dianna deu um longo suspiro que passou despercebido. Danny levou a gargantilha dupla às mãos de Dianna que tremiam de leve e prendeu a sua gargantilha no lugar.

 

-Danny, obrigada, mas eu não posso aceitar. – Dianna disse nervosa.

 

-Pode sim. Eu comprei especialmente pra você e quero que use. – Danny deu um beijo na mão de Dianna.

 

-Obrigada. Você é incrível! – Ela sorriu.

 

-Eu sei que é precipitado, mas eu preciso saber...nós, estamos namorando? – Danny levou uma das mãos a bagunçar os cabelos.

 

-Acho que namorando ainda não, mas estamos nos conhecendo melhor. – Dianna sorriu com as bochechas coradas.

 

-Então ainda tenho chances? – Danny riu.

 

-Boa noite, Daniel. – Dianna riu de volta depositando um beijo em sua bochecha e começou a subir a escada com cuidado. Daniel sorria compulsivamente enquanto segurava a escada com força para que Dianna não caísse. Quando ela finalmente alcançou a varanda se debruçou na grade e passou o pé para dentro do recinto e em seguida o outro. Antes de entrar ela observou Danny colocando a escada no lugar. Quando ele voltou olhou diretamente pra Dianna que sorria, ele levou uma das mãos aos lábios e mandou um beijo para Dianna que automaticamente mandou outro antes de dar meia volta e entrar. Ela fechou a porta da varanda, e se encostou atrás da mesma. Sua cabeça parecia um circo, confuso, apaixonante, tudo ao mesmo tempo. Se sentia uma idiota por ter aceitado sair com Harry, e ainda mais idiota por aceitar o beijo de Daniel mesmo sabendo que não retribuía os sentimentos dele. Dianna bufou. Caminhou até a cama aonde se jogou sem hesitar. Parecia uma pedra, o corpo estava rígido, as costas pareciam ter elefantes em cima de tão pesadas. Precisava descansar. Levantou-se e mudou de roupa colocando novamente o pijama que jogara no chão antes de sair. Apagou a luz e se deitou na cama, não passaram nem dois minutos e Dianna apagou num sono profundo.

Na manhã daquele dia, Giovanna arrumava seus cabelos em frente ao espelho de seu quarto, atenta ela parecia procurar alguma imperfeição em si passível de ser melhorada antes de ir pra escola. Ela parecia concentrada até que Duan adentrou seu quarto.

 

-Você não sabe bater? –Giovanna perguntou ainda se olhando no espelho.

 

-Sei, mas eu quero mostrar uma coisa pra você. –Duan disse sentando-se na cama com uma caixa em seu colo.

 

-O que é isso? –Giovanna perguntou virando-se para o irmão. A caixa era grande e levava uma fita rosa em forma de laço por cima.

 

-Meu presente para a Di. –Duan disse dando um largo sorriso. –Queria que você visse para saber se ia gostar.

 

-Abre então! –Giovanna disse. Duan abriu a caixa, e tirou um vestido preto, extremamente curto e cheio de brilho.

 

-O que você achou? –Duan perguntou segurando o vestido mostrando-o para Giovanna que encarava o vestido com uma careta no rosto.

 

-Tem certeza que esse presente é para a Di, e não para a Bella? –Giovanna perguntou pendendo a cabeça para o lado encarando o vestido.

 

-Por quê? Você acha que ela não vai gostar? –Duan encarou o vestido também.

 

-Duan, dá pra trocar? –Giovanna perguntou antes de deixar escapar um riso descontraído.

 

-Dá. –Duan disse cabisbaixo. Giovanna riu e sentou-se ao lado do irmão.

 

-Mas dá pra ela mesmo assim, o que vale é a intenção.  –Giovanna passou as mãos pelo cabelo de Duan que deu um sorriso.

 

-Sei. –Duan disse triste. –Enfim, acaba de se arrumar aí, que a gente tá atrasado. –Duan disse se levantando e dando um beijo em sua testa.

 

-Ah e não se esqueça da festa surpresa da Di mais tarde, você prometeu que compraria o bolo! – Giovanna disse enquanto Duan abria a porta.

 

-Relaxa Gio, tá tudo certo pra mais tarde e o bolo vai estar aqui. – Duan riu dando uma piscadela para Giovanna que retribuiu com uma careta. Duan desceu calmamente as escadas quando ouviu o tom agudo da campainha, o que o fez apressar o passo para abrir a porta. Quando o fez deu de cara com Santana, encostada no batente, já impaciente.

 

-Bom dia, gaguinho! – Ela sorriu irônica. – Agora dá licença. – Santana deu um esbarrão no ombro de Duan que riu.

 

-Bom dia, Santana. – Ele revirou os olhos.

 

-Cadê a Gio? – Perguntou subindo as escadas.

 

-No quarto, mas bate antes de entrar porque ninguém merece um susto desse logo de manhã. – Duan gargalhou quando viu que Santana parou no meio da escada para encará-lo de cara feia.

 

-Escuta só, presuntinho, você é um prato cheio pra festa, acompanhado de um purê ficaria uma delícia, então cale a boca e não me provoque. – Santana desceu alguns degraus enquanto encarava Duan raivosa.

 

-Calminha, Santaninha. – Duan riu.

 

-Olha só... –Santana levantou o tom de voz quando foi interrompida por Giovanna que saiu do quarto.

 

-Nossa, são sete horas da manhã e vocês dois já estão brigando? - Giovanna revirou os olhos enquanto descia a escada calmamente se aproximando de Santana.

 

-Ela me provoca! – Duan cruzou os braços.

 

-Ele quem começou! – Santana franziu a testa.

 

-Não interessa, tudo bem? – Giovanna riu abraçando Santana. – Parecem duas crianças. – Reclamou.

 

-Olha, eu não vim até aqui para ganhar sermão vim para avisar que a minha parte pra festa da Di está pronta, já arrumei um bufê legal e minha mãe vai preparar o ponche. – Santana sorriu com um semblante orgulhoso.

 

-Tudo bem, então podemos ir! – Giovanna sorriu acompanhando Santana a descer as escadas.

 

-Na verdade não podemos não. – Duan sorriu torto.

 

-Por que não? – Giovanna levou as mãos à cintura.

 

-Porque precisamos encomendar o bolo. – Duan riu abobalhado.

 

-Encomendar o bolo? Você disse que já tinha resolvido tudo. – Giovanna levantou o tom de voz, demonstrando raiva.

 

-Não, na verdade eu disse que o bolo estaria aqui. – Duan torceu os lábios.

 

-Eu não acredito, Duan! – Giovanna levantou os braços, indignada.

 

-Tenho que admitir que estou impressionada, porquinho, achei que te deixar encarregado pela comida principal do evento fosse te fazer agir rapidamente. -Santana riu sarcástica recebendo uma careta de Duan.

 

-Não é tão grave, tá legal, só temos que ir à confeitaria, encomendar o bolo e pronto irmos pra escola e de noite ele estará aqui. – Duan se justificou.

 

-Vamos nos atrasar! – Giovanna revirou os olhos.

 

-Bom então com licença, eu encontro vocês na escola, a primeira aula é de química, e por mais simpático que o Harry seja ele não gosta dos meus atrasos, estou a ponto de uma advertência, então tchau pra vocês! –Santana balançou a cabeça acenando para ambos enquanto terminava de descer as escadas e caminhar até a porta. Giovanna fitava Duan raivosamente enquanto Santana fechava a porta atrás de si.

 

-Vou pegar o presente da Di e nós vamos encomendar o bolo, vai dar tudo certo, relaxa! – Duan deu uma piscadela enquanto subia a escada pulando de dois em dois degraus.

 

-Vai logo! – Giovanna ralhou.

 

Depois de alguns minutos os dois estavam dentro do carro, rodeando a cidade atrás de uma boa confeitaria. Giovanna bufava, já eram dez para as nove, estavam cinquenta minutos atrasados pra aula de Harry e ainda não tinham achado a tal confeitaria onde Duan queria comprar o bolo.

 

-Eu vou matar você, Duan! – Giovanna gritou dando um tapa na porta do carro.

 

-Gio, desculpa parece que a confeitaria saiu do lugar, não é minha culpa! – Duan se defendeu.

 

-Ah, com certeza a culpa não é sua, a confeitaria que deve ter criado pernas e foi dar um passeio, ou quem sabe ela está assistindo a aula de química, coisa que eu precisava fazer hoje! – Giovanna o encarou.

 

-Desculpa, eu já pedi desculpa, o que mais eu posso fazer? – Duan levantou o tom de voz. -Ali está! – Disse avistando a confeitaria. Antes mesmo de Duan parar o carro Giovanna já tinha as portas abertas e descia com cuidado pra não cair.

 

-Estaciona o carro que eu vou encomendar o bolo. – Ela sorriu de lado enquanto adentrava a confeitaria repleta de bolos na vitrine. –Bom dia. – Giovanna sorriu pra moça atrás do balcão.

 

-Bom dia, querida, em que posso ajudá-la? – A moça sorriu.

 

-Eu quero um bolo de chocolate, de dois andares, com glacê de morango em cima e confetes coloridos, ou então jujubas coloridas, ou qualquer coisa fofa colorida que vocês tenham, o importante é ser... colorido.- Giovanna tagarelou fazendo a moça franzir o cenho.

 

-Tudo bem, o bolo é de chocolate com glacê de morango e algo colorido e fofo em cima, certo? – Ela riu.

 

-Pois é. – Giovanna sorriu.

 

-E você vai levar agora? – A moça perguntou.

 

-Não, é pra mais tarde, para as sete horas, e vocês podem entregar? – Perguntou.

 

-Podemos sim, qual o endereço? –Enquanto a moça anotava o endereço Duan adentrava o recinto sorridente. -Anotado, então as sete horas estará sendo entregue na sua casa, aqui está sua nota, ela precisará ser apresentada na hora da entrega. Obrigada pela preferência e boa festa! – A moça foi ainda mais simpática quando encarou Duan.

 

-Obrigada! –Giovanna sorriu pegando a ficha de suas mãos. A moça de nome Tiffany agora se recostou sobre o balcão dando ainda mais volume para seus enormes seios fazendo Giovanna franzir o cenho.

 

-Posso ajudá-lo? – Acenou com a cabeça para Duan que corou enquanto sua voz mudava para algo mais sedutor e um sorriso maroto se formava em seus lábios. Aquela atitude logo fez Giovanna arregalar os olhos num ato enojado enquanto Duan parecia encarar tudo a seu redor sem perceber aquilo.

 

-Não, eu estou com ela! – Duan respondeu simpático.

 

-Ah, meu Deus, me desculpem, vocês são namorados? – A moça arregalou os olhos se recompondo rapidamente.

 

-Não, na verdade somos irmãos e gêmeos! – Duan sorriu se debruçando também no balcão, como se estivesse pronto pra iniciar uma longa conversa, fazendo Tiffany sorrir de forma sedutora novamente como se tivesse entendido que tinha chances. Giovanna continuava encarando a cena com o cenho franzido, mas logo se recompôs.

 

-Duan, seu idiota chega de papo, vamos embora, ainda dá pra pegar vinte minutos da aula do Harry! – Giovanna ralhou enquanto abria a porta para Duan passar, com uma das mãos na cintura.

 

-Ah, tchau! – Duan sorriu dando as costas para Tiffany que apenas acenou com a ponta dos dedos. Giovanna deu um sorriso sarcástico para a balconista enquanto Duan atravessava a porta para o carro. Em seguida ela saiu e bateu a porta atrás de si. Depois de rápidos minutos Duan estacionou o carro numa vaga apertada atrás do colégio. Giovanna se ajeitou um pouco antes de sair.

 

-Você já ligou pra Di hoje? -Giovanna perguntou saindo do carro.

 

-Eu vou vê-la aqui. -Duan disse começando a andar em direção ao colégio, com Giovanna ao seu lado.

 

-E daí? Eu fui a primeira a dar parabéns. -Giovanna disse sorrindo. Duan rolou os olhos e apenas ignorou a irmã.

 

Os dois andaram pelos corredores, Giovanna segurando um pequeno embrulho em suas mãos, e Duan com a caixa. O sinal já havia tocado, para a primeira aula de química, onde estavam todos juntos. Giovanna abriu a porta da sala interrompendo a aula de Harry.

 

-Me desculpe. -Ela disse dando um sorriso amarelo. Harry apenas balançou a cabeça e direcionou seu olhar para Duan.

 

-Espero não estar atrapalhando. -Duan disse dando um sorriso para Harry que apenas assentiu. –Minha pequena, feliz aniversário! -Disse aproximando-se de Dianna que se encontrava na primeira fila de cadeiras.

 

-Obrigada, Duan. -Dianna deu um sorriso sem graça. Suas bochechas estavam rosas.

 

-Anda, levanta e me abraça. -Duan disse colocando a caixa em cima da mesa e puxando-a para um abraço. Dianna sumiu nos braços de Duan, que depositou um beijo no topo de sua cabeça. –Parabéns, Didi, tudo de bom, te amo, tá? -Duan disse baixinho só para que ela ouvisse.

 

-Você tá bagunçando meu cabelo. -Dianna disse com o rosto afundado no peitoral de Duan.

 

-Me desculpe. -Duan soltou Dianna que estava com o cabelo bagunçado, e corada.

 

-Obrigada, Duan. -Depositou um beijo em sua bochecha.-Eu também te amo. – Ela sussurrou antes de dar uma piscadela simpática para Duan.

 

-Trouxe um presente. -Duan apontou para a caixa que estava atrás de Dianna. Giovanna começou a rir. -A Gio achou que o presente não combinava com você, mas aposto que você vai gostar. -Duan disse. Dianna pegou a caixa, e a abriu. Tirou o vestido de dentro e o esticou a sua frente para que pudesse vê-lo. Harry soltou um riso abafado, junto com Giovanna e o resto da turma. Com certeza o vestido não tinha nada a ver com Dianna. Curto demais, brilhoso demais.


-Ah, obrigada, Duan. -Dianna disse sem graça ainda encarando o vestido.

 

-Presuntinho, porque no meu aniversário você não me deu um desses? É a minha cara. -Santana se manifestou da carteira do fundo fazendo os risos de todos aumentarem. -Você precisa aprender a escolher melhor os presentes. -Ela riu. Duan fez uma careta e coçou a nuca.

 

-Você não gostou, Di? -Perguntou sem graça. -Eu pensei que você pudesse usá-lo numa ocasião especial, tipo pra seduzir sabe, fazer a sexy. -Duan disse e deu uma piscada para Harry que abaixou a cabeça sem graça.

 

-Obrigada. -Dianna afagou os cabelos de Duan que sorriu.- Prometo que se um dia eu for tentar seduzir alguém eu o usarei. – Dianna começou a rir com as bochechas coradas fazendo com que todos rissem junto. – Sério, obrigada pela consideração. – Dianna mandou um beijinho de longe para Duan e foi se sentar. Giovanna se aproximou de Dianna e lhe deu um abraço apertado.


-Parabéns, amiga, tudo de bom. -Giovanna falava abraçada a Dianna e pulando.

 

-Obrigada, Gio. -Dianna disse feliz.

 

-Aqui, seu presente. Abre depois, tá? -Giovanna se soltou e entregou o pequeno embrulho nas mãos de Dianna para depois lhe dar um beijo e sentar.

 

-Acho que todos deveríamos cantar parabéns para nossa melhor aluna de química, vocês não acham? -Harry se manifestou. Santana foi a primeira a começar a bater palmas e cantar alto os parabéns. Todos cantaram empolgados, enquanto Dianna ficava sem graça na frente de todos. Depois dos parabéns, Harry se aproximou de Dianna para lhe dar um abraço.

 

-Desculpe por ontem. -Ele sussurrou rápido ao seu ouvido, e logo se afastou rapidamente. -Vamos continuar com a aula então. -Harry se aproximou do quadro para continuar escrevendo.

 

-Ei, Di! – Disse Candy. – Parabéns, meu amor! – Completou.

 

-É seu aniversário hoje? – Sussurrou Courtney.

 

-É sim. – Dianna riu confusa.

 

-Ah, é por isso que cantamos parabéns, ah então você é a melhor aluna de química? Parabéns! – Disse Courtney. – E parabéns também pelo seu aniversário Di, você merece! Quer dizer merece ser chamada de melhor aluna de química, porque você realmente é, mas estou te dando os parabéns agora por mais um ano de vida.- Courtney disse mais confusa do que nunca.

 

-Ela já entendeu, Court! – Disse Candy rindo.

 

-Obrigada, Court! – Dianna sorriu com as bochechas rosadas.

 

-Vai fazer alguma festa? – Perguntou Candy disfarçando.

 

-Não, meu pai disse que vamos sair de noite, mas não sei aonde vamos, deve ser em algum restaurante, jantar fora é um costume nosso em datas comemorativas. – Dianna riu.

 

-Senhoritas! Chega de papo. – Disse Harry encarando Dianna.

 

-Desculpe, Sr. Evans. – Disse Candy sorrindo.

 

Quando o sinal tocou anunciando o fim da aula, aos poucos de um a um foram cumprimentando Dianna pelo aniversário.

 

-Didi, minha linda! – Santana pulou em seus braços. –Eu ia te ligar ontem de noite, mas fiquei com medo de te acordar! Parabéns! – Santana sorriu passando a mão nos cabelos de Dianna.

 

-Na verdade ela estava bem acordada, andando por aí. – Danny sorriu se aproximando e passando a mão em torno do ombro de Dianna que corou.

 

-Como assim? – Santana franziu o cenho. O comentário e a aproximação de Danny chamaram a atenção de Harry que fechou o sorriso e começou a prestar atenção na conversa deles enquanto juntava uns papéis em sua mesa.

 

-Eu estava dando uma volta. – Dianna levou os olhos para Harry rapidamente. Santana entendeu o recado.

 

-Ah, entendi. – Santana riu. – Bom, então eu te espero no treino pra saber sobre o seu passeio, tudo bem? – Santana sorriu enquanto saía calmamente da sala deixando dentro dela apenas Danny, Dianna e Harry.

 

-Ainda está com a gargantilha. – Daniel sorriu pegando delicadamente o coração nas mãos.

 

-Pois é, achei correto permanecer com ela. – Dianna abaixou a cabeça percebendo que Harry ouvia a conversa. – Bom, vamos? Eu tenho treino, e você ainda tem que terminar aquele projeto de ciências com a Jenny! – Dianna sorriu disfarçando.

 

-É verdade, ela vai me matar já to atrasado. Tchau, Di, até mais. – Daniel deu um beijo no canto da boca de Dianna, porém Harry não se deu conta da proximidade. Daniel saiu correndo da sala, estava realmente atrasado. Dianna caminhou vagarosamente até a porta enquanto Harry ainda apagava o quadro.

 

-Bonita a sua gargantilha. – Harry disse fazendo-a parar.

 

-Obrigada. – Dianna engoliu a seco.

 

-Quem te deu foi seu amigo Daniel? – Harry disse sério frisando a palavra “amigo” ainda de costas pra ela.

 

-Sim, por quê? – Dianna se virou para ele. 

-Estão juntos? – Harry se virou também e cruzou os braços na frente do peitoral, ficando ainda maior que Dianna que riu sarcástica.

 

-Isso é da sua conta? – Ela revirou os olhos.

 

-Já me desculpei por ontem! Por que ainda está tão hostil comigo? – Harry franziu o cenho.

 

-Minha hostilidade com você não tem nada a ver com ontem. – Dianna cruzou os braços também, mas parecia estar ainda menor agora. Harry riu.

 

-Então estão juntos. – Ele mordeu os lábios.

 

-Eu não disse isso, Harry, por que não vai dar uma volta com a sua namoradinha? – Dianna rolou os olhos recebendo um puxão de Harry o que a fez se chocar contra os seus músculos. Ela mordeu os lábios. Harry levou suas mãos delicadamente a sua cintura.

 

-Eu lhe pedi desculpas por ter te magoado, mas não por ter tentando. – Harry a encarou.

 

- Por quê? – Dianna levou seus olhos aos dele.

 

-Porque eu amo você. – Harry se aproximou para tentar beijá-la, mas Dianna se soltou de seus braços e se afastou.

 

-Ficou desinibido agora? – Levantou o tom de voz.

 

-Dianna, mas que droga eu sou louco por você, eu preciso de você, pelo menos uma última vez! – Harry levantou o tom de voz também.

 

-Amor? – Dianna riu para demonstrar sua indignação. -Você acha que eu sou alguma idiota? Acha que eu não sei que só diz isso porque percebeu que finalmente eu estou me afastando e você está perdendo seu brinquedinho? Acha que eu vou me derreter nos seus braços e bancar de corajosa e trair sua namorada porque você precisa de um último momento de diversão adolescente? – Dianna riu - Eu não sou esse tipo de garota, Harry, por que você faz isso comigo? Que se dane você e a Chloe, eu tenho sentimentos e você me parte ao meio cada vez que se aproxima assim. – Seus olhos lacrimejaram.

 

-Dianna, eu não quero te magoar. – Harry se aproximou.

 

-Então fica longe de mim, porque você deixou bem claro na cafeteria naquele dia que queria distancia de mim e eu me afastei e toda vez que eu encontro uma saída você aparece com esse sorriso como se nada nunca tivesse acontecido e me puxa de volta pra você, mas eu não quero mais isso, eu quero viver a minha vida e quero que você viva a sua. Não me peça mais pra ser sua cúmplice e trair a sua namorada porque eu prefiro nunca mais te ter a ser esse tipo de pessoa. – Dianna respirou ofegante. – Eu to atrasada pro treino. – Ela deu as costas e saiu andando. Harry bufou raivoso, levou uma das mãos ao rosto e em seguida aos fios castanhos de cabelo. Com raiva ele jogou tudo que havia sobre sua mesa no chão com um só golpe dos braços fortes.

 

-Arrependido? – Disse Duan encostando-se ao batente da porta.

 

-Sai daqui, Duan! – Harry se encostou a mesa.

 

-Sabe que está. – Duan riu.

 

-Você que devia estar arrependido daquele vestido que comprou pra ela! – Harry rolou os olhos e em seguida deu uma risada de leve.

 

-Não achei graça. – Duan franziu o cenho. – O vestido era bonito, quem sabe ajude ela a arrumar outro namorado. – Duan riu ao ver Harry fechar a cara com seu comentário. -Brincadeira! – Duan gargalhou.

 

-Ela não precisa de um vestido curto e chamativo pra isso. – Harry abaixou a cabeça, encarando fielmente os pés enquanto cruzava os braços na frente do corpo.

 

-Eu sei que não. – Duan se encostou a mesa também, ao lado de Harry.

 

-Ela está com o Daniel? – Harry perguntou encarando Duan com uma cara triste.

 

-Não que eu saiba, acho que são só amigos, mas que ele gosta dela é nítido. – Duan riu.

 

-É até demais. Dei uma gargantilha pra ela ontem quando a levei até o cais, ela saiu de lá com ela no pescoço e aparece aqui hoje com uma gargantilha que ele deu, eu não consegui conter a minha raiva. – Harry coçou a cabeça.

 

-Foi você quem dispensou ela, Hazz, e agora fica correndo atrás dela feito um louco, ela vai ficar traumatizada. – Duan balançou a cabeça.

 

-Eu não consigo ficar longe dela, e ver que tem outro se aproximando me deixa louco. – Harry bufou.

 

-Você decidiu ficar longe, então fique de verdade, está fazendo mal a ela, irmão. – Duan torceu os lábios.

 

-Não quero fazer mal a ela. – Harry mexeu os lábios para o lado em sinal de desaponto.

 

-Eu sei que não, sei que tá difícil pra você, mas tente mais, porque eu te conheço e você não está tentando de verdade, e sabe por quê? Porque você não quer ficar longe. – Duan colocou a mão sobre o ombro de Harry.

 

-Cheguei ao fundo do poço, você me dando conselhos amorosos. – Harry riu amarelo.

 

-Cala a boca e me escuta. –Duan riu. – Tenta ficar longe, deixa ela conhecer pessoas novas, faça o que tiver que fazer, mas não a deixe mais confusa. Você está parecendo bipolar, cada hora quer uma coisa, qualquer um enlouqueceria com seus distúrbios. – Duan sorriu.

 

-Obrigado? – Harry riu também.

 

-Só acho que deve decidir em se afastar de vez, ou ficar com ela de vez. – Duan sorriu. – Pensa nisso. – Ele deu um soco leve no ombro de Harry e caminhou até a porta.

 

-Ei, Duan! – Harry chamou sua atenção fazendo-o virar. – Obrigado. – Harry sorriu. Duan apenas acenou com a cabeça e voltou a caminhar.

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